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Mães reais: “Eu ouvia muito que não seria ninguém”, diz araguainense que engravidou aos 17 anos

Legenda: “Ser mãe me mostra uma força interior que nem eu sei que tenho, consigo me reinventar, superar medos e desafios”, afirmou Caroline - Foto: Marcos Sandes/Ascom

Em homenagem ao Dia das Mães, comemorado no próximo dia 8 de maio, a Prefeitura de Araguaína inicia a série de entrevistas “Mães reais”. O objetivo é mostrar histórias de mulheres araguainenses que vivenciam a maternidade real, em meio aos preconceitos, desafios na gestão do tempo e o autocuidado.

A primeira personagem da série é a Caroline Lins, de 27 anos, mãe de dois filhos, a Ana Sofia, de 9 anos, e o Joaquim, de 1 ano e 3 meses, casada e design de unhas. Em sua trajetória, enfrentou preconceitos quando descobriu a gestação na adolescência, além dos desafios para manter o trabalho e o tempo com a família.

Mãe na adolescência
Em 2012, cursando o Ensino Médio, aos 17 anos, recebeu uma notícia que mudou os seus planos, a vinda de uma criança. “Naquela época foi muito difícil, gravidez na adolescência era algo constrangedor, tive que sair de casa e fui obrigada a casar, mas consegui concluir o Ensino Médio”.

Conforme o tempo ia passando, os comentários preconceituosos aumentavam, principalmente quando passou por um divórcio após o nascimento da filha. “Eu ouvi muito que não seria ninguém na vida e que eu jamais me casaria novamente. Se eu fosse dar ouvido às críticas, não teria chegado onde cheguei”.

Ser mãe e empreender
O empreendimento começou com a necessidade financeira. Quando sua filha estava com 4 anos, Caroline estava desempregada. “Eu tinha o material para o design, pois fazia alongamento nas minhas próprias unhas e falei para o meu marido que ia tentar em outras pessoas. Com 6 meses desisti, porque empreender não é fácil”.

Nesse período, ela tentou retornar para o antigo emprego como vendedora de veículos, mas não conseguiu se adaptar a ficar longe da filha. “Por 4 anos eu nunca tinha ido em uma reunião da Sofia, tive que recorrer a babá e isso me doía”.

Palpites e comentários negativos
Com a motivação de ter a família por perto e manter a profissão, Caroline montou o estúdio de design de unhas em casa, procurou se qualificar mais e seu trabalho foi ganhando reconhecimento. “Temos uma boa estrutura na cidade, Araguaína valoriza o empreendedorismo”.

Os lucros foram aumentando, sua filha estava crescendo, assim como o desejo de aumentar a família. “Planejamos ter outro filho, sempre quis ter um casal, infelizmente eu perdi o primeiro e seis meses depois, Deus me presenteou com o Joaquim”.

Segundo ela, a maternidade é um combustível para lutar pelos sonhos em meio aos palpites ou comentários de que uma criança seria empecilho para continuar trabalhando. “Ser mãe me mostra uma força interior que nem eu sei que tenho, consigo me reinventar, superar medos e desafios”.

Gestão de tempo
Hoje a designer de unhas destaca as vantagens de ter o próprio negócio em casa, um deles está na flexibilidade. “É tão gostoso poder fazer o meu horário, acompanhar de perto a educação dos meus filhos, tenho qualidade de tempo para eles e para mim”.

Para a filha Sofia, ter a mãe próximo traz segurança e reforça a admiração“Ela trabalhava fora e agora ter ela perto da gente é muito bom, ver minha mãe atendendo de pertinho é muita inspiração para mim”.

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