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Máfia das próteses no Tocantins: médicos e empresas superfaturavam 60% do valor; entenda como funcionava

Texto: Jornalista Brener Nunes

(Divulgação)

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, 7, a Polícia Federal (PF) explicou detalhes da Operação Marcapasso, deflagrada nesta manhã. O superintendente Arcelino Vieira Damasceno explica que o principal foco da investigação é apurar os recebimentos de vantagens indevidas por partes de alguns médicos.

Segundo o superintendente, também foi constatado que médicos estão utilizando equipamentos da rede pública em seus consultórios particulares.

“Eles recebiam valores por partes de empresas fornecedoras de equipamentos chamados OPMEs (órtese, próteses e materiais especiais) como uma forma de rateio, de um superfaturamento do produto. Da seguinte forma, o produto tinha um determinado valor, só que ele era cobrado do plano de saúde um valor bem acima do valor real dele”, explica Arcelino.

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Os médicos e empresas ficavam com 60% a mais do que o real valor do produto.

Em relação a valores, o superintendente explica que as investigações continuam até quantificar o valor da lesão em cima da Secretaria Estadual de Saúde (SES-TO) e a lesão no Plansaúde.

Segundo a PF, cerca de 330 policiais federais cumprem 137 mandados judiciais expedidos pela 4a Vara Criminal Federal de Palmas – TRF1, sendo 12 mandados de prisão temporária expedidos, 41 mandados de condução coercitiva contra empresários e 84 mandados de busca e apreensão nos Estados do Tocantins, Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Paraná, Bahia, Ceará, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O nome da operação é uma alusão a um dos itens mais simbólicos e conhecidos da área de cardiologia, o marca-passo. Esse era um dos itens que integram alguns dos editais “fraudados” em procedimentos licitatórios na área de cardiologia na rede pública de saúde do Estado do Tocantins.

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