A posição quase unânime dos deputados contra o projeto de transposição do Rio Tocantins que tramita no Congresso Nacional foi demonstrada na sessão desta terça-feira, 21. O assunto começou com a apresentação de requerimento de audiência pública pelo parlamentar Wanderlei Barbosa (SD). A matéria tramita em regime de urgência e ainda precisa ser aprovada na ordem do dia da próxima sessão.
(Foto: Silvio dos Santos)
De acordo com o requerimento de Barbosa, serão convidados para a reunião representantes de órgãos como a Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual, além da bancada federal do Estado e prefeitos.
“O projeto já está no Senado”, informou o presidente da Assembleia, deputado Mauro Carlesse (PHS), ao lembrar que a matéria já passou pela Câmara dos Deputados. “O que eu fico indignado é que ninguém viu. Não vejo governador, senador ou deputado federal se manifestar sobre isso. Só os deputados estaduais. A defesa está por nossa conta”, disse o chefe do Legislativo.
Carlesse defendeu ainda a aprovação de um projeto de sua autoria que dificultaria a transposição. A matéria proibiria o uso de águas de rios estaduais, como os das nascentes do Tocantins, para uso em transposição de rios federais.
Já o deputado Valdemar Júnior (PMDB) observou que as nascentes do Tocantins na região sudeste do Estado têm perdido volume a cada ano. “Que nos perdoem os nordestinos, mas, se não cuidaram de lá, nós temos a obrigação de cuidar do que é nosso”, comentou.
O parlamentar previu ainda que apenas os representantes do Tocantins em Brasília não teriam força para vencer a bancada do Nordeste. Face a isso, Valdemar sugeriu convidar representantes dos estados da região Norte, uma vez que o Tocantins é parte da bacia amazônica.
Voz discordante
O único deputado a se mostrar favorável à transposição foi o petista Zé Roberto. Para ele, os nordestinos precisam dessa ajuda, que não afetaria o rio Tocantins, já que a maior parte das águas do rio acabam no mar. Para Zé Roberto, se rios como o Araguaia e o Tocantins têm problemas isso se deve ao seu uso indevido pelo agronegócio. (Glauber Barros)