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Mais de 13 mil moradores assintomáticos podem ter desenvolvido Covid na capital, diz pesquisa

Pesquisa mostra número de assintomáticos

Resultados preliminares da pesquisa intitulada ‘Novo coronavírus (SARS-CoV-2): inquérito populacional para pesquisa de anticorpos’ indicam um aumento de 4,4% para 6,6% na proporção de casos assintomáticos entre a I Etapa e II Etapa do estudo. Este percentual da amostra analisada na II Etapa significa que, em relação ao número de habitantes do município, há uma possibilidade de 13.872 pessoas assintomáticas já terem desenvolvido anticorpos para a doença. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 07.

A pesquisa realizada na cidade de Palmas é coordenada pela Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp) e Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), o Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra) e a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC-SP), e já está na sua terceira fase. O objetivo é determinar a soroprevalência para SARS-CoV-2, ou seja, identificar a presença de anticorpos para o novo coronavírus em pessoas que não apresentaram sintomas da doença, conhecidos como ‘casos assintomáticos’. Bem como, conhecer o perfil destas pessoas e o comportamento quanto às medidas preventivas e de autocuidado.

O presidente da Fesp e secretário da Saúde de Palmas, Daniel Borini, destaca que este aumento na proporção de casos assintomáticos com presença de anticorpos revela o percentual da população que já teve contato com o vírus. “Indicando a possibilidade de que, para cada caso de pessoa sintomática (que apresentaram os sintomas da doença) para o coronavírus, podem existir cinco casos de pessoas assintomáticas, o que expressa a relevância da pesquisa que testa um público que não teve sintomas do coronavírus e por isso não procuraram nossos serviços de saúde”, complementa Borini. Em todas as regiões do município foram identificados casos assintomáticos, o que torna possível estabelecer uma relação epidemiológica com os casos positivos e sintomáticos já confirmados.

A estimativa da pesquisa é coletar dados de 1.692 participantes dos sete territórios, em quatro etapas, sendo 423 participantes a cada etapa, que ocorre com intervalo médio de duas semanas, ou seja, a cada 15 dias a equipe vai a campo para selecionar os participantes de acordo com a metodologia. Nas duas primeiras fases ocorridas, entre os meses de maio e junho, cerca de 850 pessoas participaram da pesquisa com a resposta do questionário e 558 pessoas realizaram o teste (coleta de sangue) para identificar a presença de anticorpos para o novo coronavírus.

Comportamento

Ainda sobre os resultados, as mulheres pardas, entre 30 e 39 anos, com menor renda e nível de escolaridade, representam a maior parte da população afetada. Outro aspecto importante avaliado na pesquisa foi o comportamento da população em relação ao isolamento social, demonstrando um aumento 26,5% para 36,2%, no percentual de pessoas que passaram a sair de casa diariamente.

Borini destaca ainda a diminuição de 98,6% para 86,1%, no percentual de pessoas que declararam adotar medidas preventivas e de cuidados individuais como higiene das mãos, uso de máscara entre outros. “Fato este que preocupa a autoridade sanitária e requer o comprometimento também da população, pois estamos ainda em epidemia”, diz o secretário.

Segundo o coordenador do projeto e tutor dos Programas de Residências da Fesp, Fernando Quaresma, que também é professor de graduação e pós-graduação da UFT, “o estudo pretende conhecer a proporção da população de Palmas que esteve ou está infectada pelo novo coronavírus, especialmente os casos assintomáticos ou assintomáticos leves, identificar os locais onde há maior avanço da doença e avaliar o comportamento da população em relação às medidas de prevenção”.

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