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Mais de 260 crianças e adolescentes sofreram violência sexual no TO só este ano

A cada oito minutos, um estupro é cometido no Brasil. É o que revelam as estatísticas. São pelo menos 180 casos todos os dias, sendo que 63% das vítimas são crianças e adolescentes e 75% delas conhecem o agressor. Somado a isso, outro dado alarmante vem do Fórum Brasileiro de Segurança Pública: mais de 20 mil meninas com menos de 15 anos ficam grávidas e a taxa de mortalidade para a faixa entre 15 e 19 anos é superior a 43%.

O que se observa é uma junção de fatores que comprometem a sexualidade infanto-juvenil que deveria ser protegida em toda sua efetividade como dever da família, da sociedade e do Estado, conforme consta no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Esses números podem ser ainda maiores, pois, de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), nos casos de abuso sexual, por exemplo, para cada caso notificado, há 20 que não são informados.

Diante desses números, a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) alerta para os impactos desses crimes na vida de crianças e adolescentes e reforça ações estratégicas voltadas para prevenção e identificação precoce destes casos nos âmbitos das políticas públicas de enfrentamento e combate ao estupro.

No Tocantins

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no ano de 2019 foram notificados 1.492 casos de violências contra adolescentes no estado do Tocantins, sendo 466 correspondentes à violência sexual. Já neste ano, até o mês agosto, dos 759 casos de violências notificados, 269 são referentes a violência sexual.

Integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), vinculado à Seciju, e enfermeira da Área Técnica da Saúde da Criança, Adolescente e Jovem da Secretaria da Saúde (Sesau/TO), Jailza Guedes, fala dos elevados índices de violência sexual contra crianças e adolescentes. “Tais dados demonstram uma parcialidade dos registros diante dos fatos em sua totalidade, visto que muitos casos passam despercebidos devido à naturalização de comportamentos violentos nas relações e até mesmo a dificuldade na identificação dos casos, considerando que a grande maioria destes eventos ocorre em ambiente intradomiciliar”, considera a conselheira.

Tipos de violência sexual

A Lei 13.431 de 2017 que normatiza o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência define o fenômeno da violência sexual e suas modalidades como qualquer conduta que constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não, que compreenda:

Ações de enfrentamento e de combate

Jailza Guesdes reforça ainda que, continuamente, são realizadas assessorias individualizadas para a atuação dos profissionais com relação à abordagem para a atenção integral à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes; capacitações para implantação da caderneta de saúde do adolescente, a qual agrega as linhas de ação integral para a garantia do desenvolvimento físico e psicossocial desse público, além de oficinas que trabalham a identificação precoce dessa prática como meio de enfrentamento e de prevenção.

 Onde denunciar

Região Central: (63) 99210-4982 (Plantão)

Região Norte: (63) 99210-5134 (Plantão)

Região Sul I: (63) 99210-5185 (Plantão)

Região Sul II: (63) 99210-5111 (Plantão)

Telefone: (63) 3218-6830 / 3218-1869

Email: dpca@ssp.to.gov.br

Endereço: Rua 504 Sul Al 2 – Plano Diretor Sul, Palmas

Telefone: (63) 3218-2058

Endereço:103 Norte Av LO 4 Lote 98 – Edifício Milton Ayres

Fonte/Foto: Seciju

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