Resultado de uma parceria da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o mutirão de atendimentos voltados para a prevenção, orientação, diagnóstico e tratamento do câncer de pele recebeu centenas de pessoas na no sábado, dia 1º, no Hospital Geral de Palmas (HGP), no total foram 281 pessoas atendidas e 88 lesões de câncer de pele retiradas por cirurgias.
A ação faz parte da programação do Dezembro Laranja, que este ano traz como tema “se exponha, mas não se queime” que promoverá um mês inteiro de ações educativas sobre a doença que é totalmente curável, se diagnosticada precocemente.
O diagnóstico precoce é o que buscou a missionária Janete Francisca Nunes Santos, moradora de Pindorama, que veio investigar o surgimento de uma mancha na pele. “Fiquei sabendo que ia ter esta ação e eu não pensei duas vezes, tenho uma mancha que surgiu e aos poucos cresce, então achei melhor vir vê o que é”, afirmou, acrescentando que o esposo também foi consultar pelo mesmo motivo.
A preocupação de Janete é o que todas as pessoas deveriam ter, ao perceber esses sinais. Segundo a médica dermatologista que atua área da oncodermatologia do HGP e membro da SBD, Luciane Prado “é extremamente importante que as pessoas fiquem atento aos sinais e isso foi orientado neste dia, pois o câncer de pele é uma doença fácil de diagnosticar e de tratar, principalmente com diagnóstico precoce”, destacou.
Para a presidente da SBD, no Tocantins, Mariana Alpino, “o mutirão que aconteceu no Tocantins é mundial e felizmente o Brasil tem se destacado nas ações de prevenção que tem beneficiado muitas pessoas e seguimos reforçando que ao verificar qualquer alteração cutânea, procure um dermatologista para investigar”, afirmou.
O secretário de Estado da Saúde, Renato Jaime destacou a importância da parceria. “As ações de saúde são feitas em parcerias como esta, que sem dúvidas fará diferença na vida da população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). Quero parabenizar os mais de 100 profissionais envolvidos com os atendimentos de hoje, que zeram a lista de espera por atendimentos relacionados a este tipo de doença no HGP”, enfatizou.
Os pacientes foram atendidos por ordem de chegada, passaram por avaliações e os casos de indicação cirúrgica, os procedimentos mais simples já foram realizados e os demais encaminhamentos e agendamentos feitos conforme orientação médica. “Os pacientes atendidos hoje, serão acompanhados durante todo o tratamento. Alguns já sairão agendados para atendimentos ainda este mês e em janeiro”, frisou Luciane.
A continuidade do tratamento é o que terá a aposentada Margarida Siqueira Silva, de 74 anos, que realizou um procedimento de criocirurgia e foi encaminhada para a realização de biópsia. “A gente fica feliz porque todo mundo é muito atencioso e tenta resolver o problema que a gente tem”, disse a paciente.
Teve quem veio para atendimento de continuidade ao tratamento. A professora Adélia Paulino da Silva, de Porto Nacional, informou que já realiza tratamento e foi agendada para ser atendida no mutirão também. “Eu já faço acompanhamento há algum tempo, por causa de um problema no rosto e me agendaram para o mutirão, estou muito feliz pela atenção que estou recebendo da equipe de oncologia do HGP”.
Dados
De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o ano de 2018 prevê o aparecimento de 240 casos de câncer não melanoma. Só este ano, de acordo com dados parciais do HGP, foram 187 casos de câncer tratados no Ambulatório de Especialidade da Unidade, destes 84 do sexo feminino e 103 masculino. A maioria dos casos foram o carcinoma basocelular (é o tipo de câncer de pele mais comum, representando cerca de 95% de todos os casos de câncer de pele. Ele surge como pequenas manchas que vão crescendo lentamente ao longo do tempo), afirmou.
O mutirão contou com ajuda de cerca de 130 profissionais entre dermatologistas clínicos, cirurgiões ambulatoriais, cirurgiões, residentes de cabeça e pescoço, oncológicos, estudantes, recepcionistas além da equipe da limpeza. Serão sete consultórios para realização de atendimento ambulatorial e três salas cirúrgicas.
Câncer de pele
O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
Medidas de proteção
– Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
– Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
– Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
– Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
– Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
– Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
– Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
– Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.