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Mais de 500 famílias do MST devem ser despejadas de Fazenda e temem violência policial

Foto Divulgação

Segundo o Movimento dos Sem Terra- MST mais de 500 famílias devem ser despejadas pela Polícia.

Em nota, o Movimento diz temer violência policial e explica sua versão da situação.

Veja a íntegra da nota:

Informamos a imprensa e a sociedade em geral que amanhã 19 de Setembro de 2017, a partir das 06 horas, o Batalhão da PM de Guaraí utilizará de todo seu aparato e efetivo policial para realizar o DESPEJO das mais de 500 famílias do Acampamento Olga Benario, município de Fortaleza do Tabocão/TO, que ocuparam e residem desde Abril de 2017 na Fazenda Santa Barbara de propriedade da União.

O MST fez várias movimentações e a Defensoria pública da união, MPF e Comissão de Direitos Humanos da OAB protocolaram vários recursos na Justiça Federal pedindo a suspensão da liminar e o Juiz Federal manteve a decisão de desocupação do imóvel .
As famílias estão aflitas e preocupadas e temem pela violência da polícia que já confirmou que se houver resistência irão usar a força policial .

O Incra e Ouvidoria agrária regional tem se mantido numa total inoperância e descaso com a situação das famílias que estão na área e não apresentou nenhuma proposta e solução para esta problemática. As famílias não tem pra onde irem e nenhum órgão do governo municipal , estadual e federal cuidaram de arrumar um local seguro para as famílias ficarem e guardarem seus pertences.

Cabe ressaltar que a inobservância das Diretrizes do Manual de Orientação de Mandados de Reintegração de Posse irão causar danos irreparáveis contra as famílias.

As famílias já decidiram que irão resistir ao despejo e a situação por lá pode se agravar, pois fatos semelhantes de violência no campo contra camponeses ocorreram este ano em nossa região, chegando inclusive a espancamentos, prisões arbitrárias e assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra.

As moradias, estruturas construídas e a produção das famílias serão destruídas pela polícia com apoio da fazendeira que até então se diz dona do imóvel e que tem aterrorizado as famílias acampadas.

O MST exige do Incra a destinação destas terras para a reforma agrária e que seja criado um projeto de assentamento para contemplar estas famílias que estão na luta pela terra na região desde o ano de 2013.

São terras públicas da união e devem servir pra atender o interesse coletivo e social, neste caso a reforma agrária.

Nossos direitos estão garantidos na constituição federal de 88 e lutaremos sempre pela sua efetivação.

Entendemos que a dignidade da pessoa humana deverá ser preservada e colocada sempre acima dos interesses da propriedade privada da terra.

Entidades de direitos humanos e órgãos responsáveis pelas questões de conflitos agrários estarão amanhã no acampamento pra acompanhar a possível desocupação.

Se calarmos ! As pedras gritarão!

Palmas, 18 de Setembro de 2017.

ASCOM/MST

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