Maju Cotrim
Hoje eu vi um vídeo de um morador de Porto Nacional no qual ele cobra a atuação política dos representantes da cidade na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.
Num longo desabafo, o portuense chega a pedir que a população vire as costas para os políticos da cidade. A fala, num ato que pode parecer extremista, mas diante da alta assustadora que a cidade passa sobre os casos e mortes por Covid, demonstra o desespero da população.
Porto tem tido uma das maiores altas de mortes este mês, inclusive com pessoas chegando a morrer na frente do hospital, como o caso que mostramos da Dona Cecília.
O vírus castiga todo o país, motivo pelo qual a população nunca quis tanto ver o resultado das atuações políticas como agora, seja por meio de articulações junto aos órgãos competentes, seja usando os instrumentos que cada um dispõe para amenizar as dificuldades enfrentadas pela população, sobretudo os mais vulneráveis.
Digo de outra forma: o povo quer a mão e a responsabilidade da classe política como um todo. Não é demais lembrar que, nas eleições municipais do ano passado, os portuenses deram um recado à classe política, ao “renovarem” e elegerem um candidato que ainda não tinha chegado à prefeitura.
Na prática, disseram, nas urnas, que esperam que todos os esforços devem ser canalizados em prol do povo portuense. Esse recado, aliás, vale não só para os representantes de Porto Nacional, mas de todos os municípios que estão em situação difícil.
Para isso, a classe política deve promover articulações, destinar emendas. Enfim, propor e executar ações com vistas a amenizar o sofrimento resultante da pandemia. Não bastam, portanto, discusos bonitos. A população quer ver e sentir isso.
O fato, porém, é que Porto Nacional está em fase de implantação de UTIs por parte do governo, que está contratando a empresa que vai gerir os dez leitos numa corrida contra o tempo porém o processo não é assim tão simples : a estrutura é grande e há necessidade de profissionais. Enquanto isso, profissionais nos hospitais e familiares de pacientes relatam diariamente, nas redes sociais, o descaso de algumas autoridades.
O cenário é delicado e exige mais do que nunca união e resultado político em conjunto. Porto precisa das forças que cada representante político puder fazer neste momento. É hora dos políticos mostrarem na prática a transformação que pode ajudar a fazer para a população.
É momento de salvar vidas em todo o Estado. Todos precisam se mexer e mostrar à população como estão fazendo isso. Tem muitos políticos atuando e buscando soluções para o cenário em Porto, mas a população quer saber como cada líder tem agido neste momento. Desde a disponibilização para testagem em massa, uma UTI Móvel, habilitação dos leitos de UTI junto ao governo federal: os portuenses querem sentir e saber que os políticos “filhos de Porto” estão lutando por estes objetivos.
A pandemia mudou o olhar da população e de quem precisa do sistema público de saúde sobre o sistema político. Quem está sofrendo ou perdendo familiares quer sentir que está sendo amparado.
A pandemia é cruel, tem lotado os hospitais e desafiando o sistema público na maior tragédia de saúde, da nossa era, quiçá de todos os tempos. Repito: a população quer se sentir amparada por todos os seus representantes políticos neste momento delicado.
Portanto, antes de qualquer pretensão ou desejo de qualquer um para 2022, há uma pandemia no meio deste caminho e o povo quer resultados práticos, agora.
Força Porto Nacional! Força Tocantins! Com todos fazendo sua parte, inclusive a população seguindo as normas de segurança, a guerra será vencida.