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Mal-estar pandêmico: Chefes de órgãos chamam de “descabida e ofensiva” declaração de secretário de saúde

Vários órgãos encaminharam nota conjunta na qual se manifestam sobre fala do secretário estadual de Saúde, Edgar Tollini durante sua na Assembleia Legislativa na última terça-feira, 5.

O secretário teria dito que os órgãos de controle iriam pedir de joelhos pela instalação de hospitais de campanha. Para os Chefes dos órgãos do TO, a declaração foi “descabida e ofensiva”.

O secretário esteve na Casa de Leis para explicar as medidas contra a pandemia no TO.

 

A Gazeta solicitou um posicionamento do secretário sobre a nota.

Veja a íntegra da nota:

NOTA PÚBLICA

Acerca da explanação realizada pelo secretário estadual da Saúde, Luiz Edgar Leão Tolini, em sessão extraordinária da Assembleia Legislativa na terça-feira, 5, o Ministério Público do Tocantins (MPTO), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) consideram descabida e ofensiva a colocação de que os órgãos de controle virão a “pedir de joelhos” pela instalação de hospitais de campanha para o tratamento de pacientes com Covid-19 no Estado.

Os órgãos do Ministério Público acrescentam que é um dever constitucional do Poder Executivo se preparar para garantir aos cidadãos o direito à saúde. Portanto, em um quadro de normalidade democrática, jamais deve ser sugerida a necessidade de instituições clamarem por uma iniciativa que é própria do Estado e que os respectivos gestores devem ter como obrigação natural aos cargos que ocupam.

Em nenhum momento os órgãos de controle mencionados pelo secretário da Saúde se manifestaram contra a instalação de hospitais de campanha.

Apenas, no cumprimento de suas funções, requisitaram informações relativas a custos, origem das verbas, fluxos e protocolos, perfil assistencial, dimensionamento de pessoal, gestão e previsão de funcionamento.
Em nome da transparência na gestão pública, os órgãos de controle também questionaram por qual motivo a insuficiência de leitos e a necessidade de instalação de hospitais de campanha não foram mencionadas na reunião do Comitê Executivo para Monitoramento das Ações da Saúde no Estado do Tocantins (CEMAS-TO), realizada dia 17 de abril, haja vista ser o Comitê a instância apropriada para esta discussão.

Por fim, MPTO, MPF e MPT lamentam o episódio de desentendimento neste momento peculiar, que requer um trabalho harmônico e articulado dos órgãos e instituições em favor da vida e do interesse público.

Palmas, 06 de maio de 2020.
Maria Cotinha Bezerra Pereira Procuradora-Geral de Justiça
George Neves Lodder Procurador da República
Paulo Cézar Antun de Carvalho Procurador do Trabalh

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