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Mapa da Água aponta: Moradores de 21 cidades do TO beberam água com produtos químicos e radioativos

Foto – Divulgação

Lucas Eurilio

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira, 7, mostra que tocantinenses de vários municípios ingeriram água com produtos químicos e radioativos entre os anos de 2018 até 2020 .

Os dados são do Repórter Brasil e revelam que esses produtos se consumidos a longo prazo, podem causar câncer e uma série de problemas nos rins, mutações genéticas, problemas no fígado e no sistema nervoso.

O levantamento é inédito e pode ser consultado na íntegra aqui. 

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Ao todo são 21 cidades e cada uma delas possui algum tipo dos produtos. São elas:

Almas – Nitrato (como N);
Aragominas – Nitrato (como N);
Araguaína – Atividade alfa total (Radioatividade), Nitrato (como N);
Arapoema – Ácidos haloacéticos total;
Aurora do Tocantins – Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total;
Chapada de Natividade – Arsênio, Urânio;
Centenário – Cádmio;
Colinas do Tocantins – Atividade alfa total (Radioatividade), Nitrato (como N);
Conceição do Tocantins – Nitrato (como N);
Couto Magalhães – Chumbo;
Dianópolis – Ácidos haloacéticos total;
Filadélfia  – Nitrato (como N);
Goiatins – Selênio (Substâncias Inorgânicas), Ácidos haloacéticos total;
Itaporã – Ácidos haloacéticos total, Trihalometanos Total
Natividade – Arsênio;
Novo Acordo – Ácidos haloacéticos total;
Novo Jardim – Ácidos haloacéticos total;
Palmas – Ácidos haloacéticos total;
São Valério – Arsênio
Wanderlândia – Nitrato (como N)
Xambioá – Ácidos haloacéticos total

O Mapa abaixo mostra quais são os níveis aceitáveis para consumo dos produtos e é descrito da seguinte forma:  

Azul – Substâncias detectadas dentro do limite de segurança;
Vermelho – Outras substâncias que geram riscos à saúde;
Vermelho mais escuro – Substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer;
Cinza – Municípios não enviaram informações ou enviaram dados inconsistentes.

Os resultados dos testes feitos por concessionárias ou órgãos de abastecimento foram apurados via Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Conusmo Humano (Sisagua), ligado ao Ministério da Saúde.

Os testes foram feitos após o tratamento da água e grande parte das susbstâncias não podem ser removidas nem por filtros e nem fervendo. Ao todo, os produtos sairam da torneira de vários brasileiros e tocantinenses nos anos de 2018, 2019 e 2020 em 793 municípios.

Fábio Kummrow, professor de toxicologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) disse em uma entrevista a um site de notícias que existe riscos se há substânciasacima do nível permitido.

“Se há substância acima do valor máximo permitido, podemos dizer que a água está contaminada. Uma outra forma de dizer é que essa água não está própria para consumo, como quando um alimento passa da data de validade”, afirmou.

A Gazeta do Cerrado entrou em contato com a concessionária BRK Ambiental e com a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) para comentar o assunto.

A BRK disse em nota que é responsável pelos serviços de água e esgoto em 47 municípios do Tocantins, e segue rigorosamente as diretrizes de potabilidade estabelecidas pelo Anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 5 de 2017, alterado pela Portaria GM/MS nº 888/2011 e Portaria GM/MS nº 2472/2021 do Ministério da Saúde.

Nas localidades atendidas existem programas de monitoramento da qualidade da água em atendimento a legislação, visando assegurar a qualidade da água tratada e distribuída à população. São realizadas, em média, mais de um milhão de análises anuais nos sistemas de abastecimento de água.

A população pode acompanhar os resultados destas análises em relatórios que são disponibilizados no site da concessionária – www.brkambiental.com.br”.

Já a ATS disse que segue todas as diretrizes estabelecidas para os padrões de qualidade da água determinadas pelo Anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 5 de 2017, alterado pela Portaria GM/MS nº 2472/2021 do Ministério da Saúde nos 45 municípios concessionários atendidos pela Agência.

A Agência esclarece ainda que a coleta e a análise da água ofertada a população são feitas semanalmente e que os padrões apresentados atendem a legislação vigente.

Em relação aos dados apresentados pelo Mapa da Água, a ATS informou que foram identificadas pontualmente nos anos de 2018 e 2019 ligeiras alterações no relatório de qualidade da água em oito municípios atendidos pela Agência e que tais alterações já foram completamente resolvidas sem causar quaisquer prejuízos a população.

A ATS afirmou por fim que toda população pode acompanhar os relatórios de qualidade da água por meio do site da Agência (https://www.to.gov.br/ats/).

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