Foto – Gazeta do Cerrado
Maju Cotrim
O ex-governador Marcelo Miranda falou emocionado e foi aplaudido por todos na despedida de seu pai, Brito Miranda na manhã desta segunda-feira, 27.
Ele começou falando da dor e saudade. “A dor e grande, mas este homem tinha no coração dele uma grandeza infinita, de vez em quando mal interpretado ”, disse
Marcelo contou que o pai rejeitou uma vaga no TCE. “Ele teve a grandeza de deixar sua aposentadoria para servir o povo”, comentou.
Marcelo saudou Siqueira Campos e todos que governaram o Estado bem como os líderes presentes.
Ele relevou que o pai o orientou a não olhar pelo retrovisor no que não for certo e pedido que ele olhasse para frente. “As vitórias chegam independente dos percursos”, disse.
Marcelo contou que o pai sempre foi positivista e que pediu que ele não deixasse os companheiros dele para trás. “ o senhor deixa tantos legados”, pontuou.
“Vá em paz porque as coisas boas que o senhor deixa nós vamos seguir”.
Marcelo revelou ainda que Brito ligou para Siqueira no aniversário dele. “ambos se gostavam, tiveram histórica juntos independente de campanhas”, comentou. Ele contou que Siqueira ligou para ele para dar as condolências.
“Momento é de perdoar, desavenças políticas são passageiras o que fica e a família”, disse.
“Eu não vou deixar de caminhar neste Estado que o senhor ajudou a criar e a desenvolver”.
Estavam presentes dezenas de deputados estaduais, prefeitos, vereadores além de vários líderes políticos como Ronaldo Dimas, Ataides Oliveira, Raul Filho e outros.
Ele agradeceu ainda Wanderlei Barbosa e disse que ele tem grandeza de homem público e agradeceu todo o apoio recebido.
A despedida é marcada por muita comoção. Em várias falas, amigos e familiares homenagearam Dr Brito.
“Meu sentimento e o mesmo de quase todo tocantinense, o de agradecimento”, disse a amiga da família, Fatinha.”
Jacques Silva , amigo dele há mais de 50 anos, também relembrou fatos que Brito participou no Estado. “Fez muito pelo Estado do Tocantins e pelo Goiás, seu legado jamais será esquecido”, disse.
Em nome dos netos, Rafael Miranda falou e disse que o sentimento e de eterna gratidão. “O senhor deixou um legado incrível, muitos ensinamentos que serão levados adiante por todos nós”, disse abraçado pelos outros primos.
“ O senhor deixou uma família que vai levar seu nome para o resto da vida”, disse a neta Marcela Miranda que disse ainda do orgulho que o pai sempre teve de Brito em todas as situações.
A irmã dele disse que o tinha como pai.
Brito Miranda
Aos 87 anos, José Edmar Brito Miranda, conhecido como Brito Miranda, morreu no sábado (25), feriado de Natal, em um hospital de São Paulo. Ele era pai do ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda.
No início deste mês de dezembro, ele foi internado na UTI de um hospital particular de Palmas, após sofrer um pico de pressão. Na época, Brito passou por um cateterismo, mas a informação era de que o estado de saúde dele era estável.
Ele foi transferido no dia 19 deste mês para a Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde estava intubado, com problemas sérios no coração. Contraiu uma bactéria e não resistiu após uma parada cardíaca.
A morte ocorreu por volta das 16h.
Brito: nome fica marcado na história política do TO
José Edmar de Brito Miranda é um dos personagens mais curiosos da história política do estado. Apesar de nunca ter ocupado cargos eletivos pelo Tocantins, ele era conhecido pela atuação nos bastidores e exerceu enorme influência sobre a trajetória e sobre os governos do filho, Marcelo, que foi três vezes governador.
Brito, como é chamado informalmente, é natural da cidade de Pedro Afonso e foi deputado estadual por Goiás quando a divisão do território ainda não tinha acontecido e o Tocantins era o norte goiano.
Entre os anos 1960 e 1990 ele esteve presente na Assembleia Legislativa de Goiás por quatro mandatos e chegou a presidir a casa entre 1990 e 1991.
No Tocantins ocupou várias vezes cargos de confiança dentro do Poder Executivo. No fim dos anos 1990 se aproximou de Siqueira Campos e se tornou Secretário de Governo durante a gestão dele em 1999, logo em seguida, mudou para a Secretaria de Infraestrutura.
Naquele período, Brito e Siqueira eram considerados políticos próximos e aliados. Em 2002, Siqueira Campos escolheu Marcelo Miranda, o filho de Brito, para ser o candidato da situação à sucessão ao governo. Marcelo venceu a eleição, mas a aliança entre os Miranda e os Siqueira acabou não sobrevivendo ao primeiro mandato. Na eleição seguinte, em 2006, Marcelo e Siqueira se enfrentaram nas urnas e o primeiro saiu vencedor.
Ao longo dos três mandatos de Marcelo, Brito Miranda ocupou cargos no primeiro escalão. Ele é advogado de formação e já atuou como promotor de Justiça. Na equipe de Marcelo, foi Secretário de Infraestrutura por anos e sempre foi considerado um dos principais articuladores da gestão e uma pessoa a quem o então governador ouvia antes de tomar decisões importantes.