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Militares suspeitos de desaparecer com jovem também são investigados por forjar flagrantes de tráfico e tortura

Uma operação policial desencadeada nesta quinta-feira, 16, revelou um capítulo sombrio envolvendo dois soldados recentemente ingressados na Polícia Militar. Felipe Augusto Lovato da Rocha e Ismael Nascimento da Conceição foram detidos pela Polícia Civil durante a “Operação Missing” em Paraíso do Tocantins, acusados de sequestro e ocultação de cadáver do jovem Filipe Coelho Siqueira, de 21 anos.

Operação Missing da Polícia Civil prendeu PMs – Foto – Divulgção

Os soldados, provenientes do último concurso público da PM, agora enfrentam não apenas a acusação de envolvimento no desaparecimento de Filipe, mas também são alvo de uma investigação da Secretaria de Segurança Pública (SSP) por condutas criminosas incompatíveis com o papel policial.

Segundo a SSP, durante o minucioso trabalho da Polícia Civil, descobriu-se que os soldados estariam envolvidos em atividades ilícitas, valendo-se de sua condição de policiais para justificar suas ações. Entre as condutas questionáveis, destaca-se o suposto pagamento a usuários de drogas viciados em crack para realizar aquisições em pontos de venda, seguido por buscas clandestinas, resultando em apreensões não devidamente registradas.

A investigação também apontou evidências de envolvimento dos suspeitos em casos de tortura, indicando práticas totalmente contrárias ao Estado Democrático de Direito.

Quanto ao desaparecimento de Filipe, ocorrido em 1º de agosto de 2023, as ordens de prisão foram emitidas pela Justiça sob a acusação de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Os soldados permanecerão detidos na unidade da Polícia Militar em Palmas.

A família de Filipe Coelho Siqueira vive a angústia desde que ele foi visto pela última vez em uma rua, abordado por homens que mais tarde se revelaram policiais militares. A Polícia Civil realizou diversas ações para localizar a vítima ou seus restos mortais, incluindo o uso de drones com câmeras térmicas.

A Corregedoria da Polícia Militar do Tocantins informou que acompanha o caso e já instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos. Os soldados ficarão à disposição para os procedimentos legais enquanto a PM reafirma seu compromisso com a legalidade e imparcialidade, repudiando condutas que vão contra os princípios da instituição.

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