O adolescente que estava dirigindo o carro que capotou e causou a morte da estudante Luiza Vitória Almeida Ferreira, de 14 anos, foi ouvido na tarde desta quarta-feira (26). Ele e a mãe estiveram na sede do Ministério Público de Porto Nacional. O garoto não será internado neste momento.
O estudante tem 16 anos e é filho de um policial civil. Ele foi ouvido informalmente pela promotora da Infância e Juventude, Márcia Mirele Stefanello. O menor negou que estivesse dirigindo em alta velocidade.
A promotora não quis comentar o acidente porque o caso corre sob sigilo. “É necessário que os pais tenham mais cautela na criação dos filhos. Essa vigilância é necessária. Claro que os adolescentes têm essa vontade de poder dirigir antes da idade, mas são os pais que devem agir com a cautela necessária para que os filhos não caiam no erro”, afirmou.
O menor agora deverá ser ouvido pelo juiz. Ainda segundo a promotora, neste tipo de caso o adolescente pode responder a representação ou até recebe ruma remissão, perdão.
“Os pais também podem ser responsabilizados. Se ele autoriza a entrega do veículo, tem um artigo específico do código de trânsito que se refere a isso: entregar veículo automotor a pessoa inabilitada. Dependendo da consequência de cada ato também tem suas responsabilidades”, afirmou.
O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil.
O acidente
Luiza Vitória Almeida Ferreira, de 14 anos, morreu após ser arremessada de um carro e esmagada pelo veículo durante um capotamento. O acidente aconteceu em uma rua do setor Vila Nova, em Porto Nacional. A estudante estaria sem cinto de segurança.
A Polícia Civil disse que só liberou o menor porque o pai o apresentou espontaneamente e assinou um termo de entrega se responsabilizando pelo adolescente.
Outras adolescentes que estavam no carro contaram à mãe de Luiza Vitória que pegaram uma carona com o rapaz, mas hesitaram entrar no carro. “Quando ele estava dirigindo correndo, dizem que as outras gritavam e a minha [filha] pediu para ele: ‘Pelo amor de Deus, para este carro! Para esse carro agora! Não corre, para esse carro que nós queremos descer’. Ele só olhou para elas e sorriu”, diz a mãe da menina, Aclaides Ferreira.
A mãe da menina afirma que os pais do adolescente deram o carro de presente para o menor e permitiram que ele dirigisse sem carteira de habilitação.
Outros casos
Este foi o terceiro caso de acidente com em morte no Tocantins envolvendo menores ao volante, no período de uma semana. Em Palmas, um empresário e uma cozinheira morreram após se envolverem em acidentes com veículos conduzidos por adolescentes. Nenhum dos casos foi solucionado.
Fonte: G1 Tocantins