O Ministério Público Federal (MPF) instaurou na última segunda-feira (22) inquérito civil com o objetivo de apurar possíveis ilicitudes na aplicação, pelo município de Palmas, dos recursos que lhe foram entregues pela União para o enfrentamento da pandemia de covid-19.
O procedimento investigatório, que será conduzido pelo Núcleo de Combate à Corrupção, é fruto de desmembramento de outro inquérito civil, no qual é apurada a destinação dos recursos federais repassados ao estado do Tocantins para o combate à disseminação do novo coronavírus. Percebeu-se no curso desse primeiro procedimento que, enquanto o Ministério da Saúde afirma ter entregue 60 respiradores, a Secretaria Municipal de Saúde de Palmas acusa o recebimento de 58. Além disso, os números de série dos aparelhos médicos não são os mesmos nas listagens apresentadas por ambos os órgãos ao MPF.
O inquérito civil tem prazo de tramitação de um ano, podendo ser prorrogado, e, após o encerramento de sua instrução, são decididas as medidas que serão adotadas, incluindo eventual ajuizamento de ação por ato de improbidade administrativa.
O outro lado
A prefeitura tem afirmado que todos os gastos com a pandemia estão no portal da transparência. A Gazeta solicitou um posicionamento sobre a investigação.