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Mulheres, negros, sindicalistas e até o MST, na busca por representação de si mesmos, vão á luta por mandatos no TO

Divulgação

 

Maria José Cotrim – Editora Gazeta do Cerrado

Em tempos tão difíceis politicamente falando em todo o Brasil e num discurso de combate á corrupção em todas as esferas podem culminar no ingresso de representantes de vários setores e movimentos na busca por um mandato no Tocantins nestas eleições de outubro. São jovens, empresários, mulheres querendo espaço na política, negros defendendo representatividade e além de tudo isso jovens querendo renovar os sistema político.

Além da representação religiosa, das igrejas, do empresariado organizado e ainda de líderes do agronegócio, líderes sociais entram na luta para fazer o enfrentamento de ideias na busca da “representação de si mesmos”. O negro quer representar os negros, as mulheres falarem pela voz delas mesmas, líderes sociais do campo ou da cidade falarem pelas suas próprias demandas. É o renascer do desejo de buscar os mandatos e não mais apoiarem os tradicionais que apoiam estas demandas.

Este ano no Tocantins nomes neste sentido já estão em campo em busca de espaço e na corrida por um mandato. No PT por exemplo, 50% dos nomes que vão concorrer nas proporcionais serão mulheres, numa tentativa de garantir espaço feminino. Uma delas é suplente de deputada, a jornalista Solange Duailibe mas há outros nomes novos como da militante Eutália, por exemplo, conhecida na militância dos Direitos Humanos e na defesa dos direitos das crianças e adolescentes.

PCdoB aposta

A bandeira feminina faz com que outras mulheres entrem na disputa no Estado, por exemplo, do PCdoB Germana Pires é uma aposta para disputar na Assembleia. Com discurso forte pela valorização e espaço da mulher na política ela entrou após pedidos de vários aliados. Ela já ganhou declaração pública de apoio do marido, ex-secretário de Educação, Adão Francisco neste domingo:

“Agora, maturamos para um novo tipo de desafio e você, com a sua #coragem e #bravura, se lança ao apreço popular do povo tocantinense, defendendo que um Tocantins de melhores oportunidades é possível, a partir do Planejamento Territorial, do fortalecimento da Educação e da integração das políticas públicas. Tenho muito orgulho de ser seu companheiro, amigo e marido, pois a sua causa é a minha causa. Não tenho dúvidas do quanto a Assembléia Legislativa desse Estado, o seu povo e a política brasileira ganharão com a sua presença. Estarei contigo sempre, Germana Pires Coriolano! À vitória!”, disse o professor. Há quem achasse que seria Adão o candidato por já ter ocupado cargo público e tal, porém o apoio dele a Germana é significativo e mostra que o apoio dentro de casa é importante para encorajarem mulheres a disputarem.

Além de Germana, pela primeira vez está no páreo ainda, só que pelo PDT, a ex-secretária Gleidy Braga. Com um histórico de luta social, ela após aprender muito de política com os pais e ainda com o suplente de senador Donizeti Nogueira, um dos maiores incentivadores políticos, ela quer representar a região Sudeste do Tocantins, uma das que tem menos representantes eleitos.

(Foto: Marco Aurélio Jacob)

Negros também se movimentam na busca de espaço na política, afinal quais dos eleitos atualmente no Tocantins se identificam como negros…Um deles é Nélio Lopes, ex-superintendente de Igualdade Racial do Município de Palmas. Jovem, ex-Cufa e que entra no páreo pregando renovação e também políticas mais efetivas para um Estado majoritariamente negro. Nélio promete buscar apoio dentre os quilombolas,movimentos culturais tradicionais e outros.

Presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial na capital – Nélio Lopes alertou para os dados

Outro exemplo da representação é a pré-candidatura do coordenador do MST no Tocantins, Antonio Marcos, que vai disputar uma cadeira na Assembleia. Ele sempre apoiou candidatos da esquerda e do PT mas agora busca a representação direta do movimento na Assembleia.

Sindicalismo

O Sindicalismo também repensa esta questão da possibilidade real de ter um mandato. Todas as eleições vários líderes sindicais se lançam no Estado mas este ano eles tentam consenso em torno de um ou até dois nomes para tentarem de fato garantir uma cadeira que os represente.

Espaço

Atualmente as cadeiras tanto na Assembleia como na Câmara Federal que representem os públicos sociais são poucas: Na Assembleia são apenas três mulheres e José Roberto Forzani e Paulo Mourão com um histórico mais ligado aos movimentos. Há políticos abertos para as demandas sociais, de públicos diversos porém estes segmentos avaliam que garantir mandatos é a melhor estratégia.

O caminho e os desafios ainda são muitos. As quebradeiras de coco, por exemplo, mesmo tendo a liderança da Dona Raimunda, uma das mais homenageadas do Estado ainda estão atreladas a projetos políticos de pessoas que as apoiam. As lideranças deste segmento na região do Bico, Maria Senhora e Socorro são nomes cotados para tentarem construir uma candidatura porém ainda não há nenhuma construção e empoderamento neste sentido.

Na avaliação de alguns líderes políticos, esta liberdade e sentimento de representação e inserção é um ganho do modelo que o PT estabeleceu e fortaleceu no país.

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