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Na linha de frente, enfermeiros em Araguaína dizem estar desprotegidos e inseguros; Estado nega falta de EPIs

Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado

Os profissionais da Saúde desempenham um papel muito importante no combate ao Coronavírus. Na linha de frente, todos os dias precisam lidar com a pandemia que tem alastrado o Mundo, o Brasil e agora também no Tocantins.

O Estado mais novo da federação segue hoje com um total de 351 casos confirmados de Covid-19. O Tocantins registra até o momento, 9 mortes pela doença. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES-TO) e foram divulgados nesta quarta-feira, 6.

No entanto, é preciso se proteger para que não seja contaminado ou propague o vírus. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) também possuem um papel importante na proteção desses profissionais. Por isso, o Conselho Regional de Enfermagem do Tocantins (Coren-to) divulgou uma nota de repúdio nesta quinta-feira, 7. (Veja na íntegra no final da matéria). 

No documento, o Conselho diz que os enfermeiros se sentem desprotegidos e inseguros com a falta de capacitação, treinamento e EPIs em quantidade insuficiente e muitas vezes os que são fornecidos, não atendem a qualidade recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A nota denuncia ainda a “insatisfação com a conduta administrativa tomada pela Direção Geral e multiprofissional do Hospital Regional de Araguaína, onde os Profissionais de Enfermagem vem sendo escalados sem conhecimento prévio para atuar no setor de atendimento ao COVID-19, causando estresse emocional e conseqüentemente medo de represália”. 

A Gazeta do Cerrado entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-TO).

Confira a nota do órgão na íntegra

Estado nega falta de EPIs

Esta semana na Assembleia Legislativa o secretário Edgar Tollini negou que haja algum profissional da linha de frente sem EPIs. Ele afirmou sobre o assunto: “”Já explicamos várias vezes e vamos reiterar mais uma vez. Nenhum servidor que está na linha de enfrentamento está faltando EPI para ele. Tanto que eu vou te dar um número. Você sabe quantos % dos profissionais de saúde infectados, cerca de 20%, sabe quantos % temos no Tocantins, 20 casos, dá menos de 6%, se tivesse faltando EPI eu taria com 20% – cerca de 60 profissionais da saúde infectados e não é essa realidade. O que eles querem é EPI é para todas as pessoas que estão no ambiente hospitalar e não é isso que o Ministério da Saúde tem preconizado”, disse.

Nota do Coren Tocantins na íntegra

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO TOCANTINS – COREN/TO vem a público manifestar o seu repúdio e insatisfação com a conduta administrativa tomada pela Direção Geral e multiprofissional do Hospital Regional de Araguaína, onde os Profissionais de Enfermagem vem sendo escalados sem conhecimento prévio para atuar no setor de atendimento ao COVID-19, causando estresse emocional e conseqüentemente medo de represálias.

O Profissional de Enfermagem diante do avanço da pandemia sente – se desprotegido e inseguro com a falta de capacitação/treinamentos e com EPIs em quantidades insuficientes, sendo ainda que, na maioria das vezes os equipamentos de proteção individual fornecidos não atendem a qualidade recomendada pela ANVISA.

Os Profissionais, apesar de estarem ligados diretamente com os infectados e suspeitos pela Covid-19, os mesmos não contam com suporte psicológico nem emocional, mesmo estando em situações vulneráveis.

Este é um momento de união e autorresponsabilidade, que necessita da cooperação de todos. Estamos trabalhando diligentemente para proteger os Profissionais de Enfermagem e garantir que seus direitos sejam mantidos, visto que, com a propagação dos casos, os profissionais da Enfermagem estão na linha de frente ao combate ao Covid-19.

Estamos atentos à expressões e atitudes desta natureza e não toleraremos em nenhuma hipótese tais práticas.

Palmas – TO, 05 de maio de 2020.

Dra. Emília Maria R. Miranda Damasceno Reis

Presidente do COREN/TO

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