Especialista disse ainda que praia não é serviço essencial
Chegou a santa sexta-feira. Dia de sol e nesse calor tocantinense, que tal uma praia pra refrescar o calor…? Certo? ERRADO!
Com a curva de contaminação pela covid-19 subindo rapidamente todos os dias no Tocantins, agora não é o momento para aglomerações e sair de casa. O distanciamento social ainda se faz necessário.
Até esta quinta-feira, 2, eram 209 mortes, vidas de tocantinenses que foram perdidas para um vírus ainda sem cura certa e desconhecido.Os casos confirmados no estado já são 11.454 e não há uma previsão para que a curva comece a abaixar.
Então, é bom não facilitar.
Nossa equipe conversou nesta sexta-feira,3, com o Dr Estevam Rivello. Ele é representante do Tocantins no Conselho Federal de Medicina (CFM) e disse que não é o momento de sairmos de casa.
Para ele, quando maior a circulação de pessoas, mais são as chances de contaminação.
A gente vai enfrentar esse problema (idas às praias), porque em julho pra nós é uma época típica, de praia. E com certeza essas praias, pela beleza elas têm um atrativo, mas por outro lado ela trás um grande público e aí quanto maior a circulação, concentração de pessoas, tem a maior chance de transmissão”, alertou.
Uso de álcool
O especialista falou também sobre o consumo de bebidas alcoólicas e fez mais um alerta sobre os riscos de contaminação e transmissão.
“Além disso, o uso excessivo de bebida alcoólica faz com que gente perca aí, a noção dos cuidados de higiene no manuseio dos materiais, compartilhamento de utensílios, tudo isso favorece a transmissão, então se for à praia, acredito que tenha que ser respeitando os espaços, distanciamento, a questões de segurança, observando a função social que cada um tem. Os riscos são os mesmos da cidade ou de qualquer outro local, mas o grande problema é que aumenta a concentração e a circulação e com isso a maior possibilidade de transmissão”.
Sobre a circulação de pessoas, Estevam disse que situações como praias, feiras, circulação de pessoas, deveriam repensadas nesse momento.
“Na minha visão, nenhum tipo de aglomeração deve ser permitido. Situações como praias, feiras, circulação de pessoas deveriam ser nesse momento repensadas, para poder reduzir a contaminação e a chance de aparecimento em doente grave, que culmina um número de óbitos. Então, praia pra mim não é serviço essencial. A gente consegue fazer esse esforço aí, até mesmo porque já suprimiu um calendário de esporte, uma coisa que nunca tinha sido suprimida e hoje, a gente observa que situações que não são essenciais estão ganhando força, fazendo parte da programação das pessoas, e isso é ruim, porque isso aumenta a contaminação e aumentando a contaminação, tem a chance de contaminar aquele doente que pode agravar e venha a falecer”, explicou à Gazeta.
Festinha em família
Temos visto em várias regiões do país e também no Tocantins, pessoas em festas com amigos, aglomeração em chácaras com a família. É bom se ligar em situações como estas. Segundo Dr Estevam, o vírus além de não fazer um reconhecimento familiar, pode ter um alto índice de contaminação.
O vírus não faz o reconhecimento familiar, a transmissão se dá pessoa por pessoa, uma vez que voltando as atividades do comércio, de circulação, a pessoas que estão circulando, elas contaminam os familiares também, os amigos e qualquer outro cidadão, então, as festas e as aglomerações em chácaras, em casa, em locais de eventos em finais de semana, ao longo de lives, isso é prejudicial sim. Isso a gente já tem relatos aqui em Palmas mesmo, que fatos como esse foram cruciais pra disseminação da doença, dentro da nossa realidade, existe um caso que uma pessoa transmitiu para outras 50 pessoas, então, esse fato, ele deve ser repreendido”.
Rivello finalizou dizendo que é necessário ter consciência e entender que cada um tem um papel social para se desempenhar nesse momento.
“As pessoas precisam entender o papel social de cada um, o comportamento coletivo e comunitário pra que a gente possa reduzir aí a expansão e o crescimento desse vírus, reduzir essa curva de crescimento, alongar o máximo possível esse problema, minimizando o número de aparecimento de casos até o aparecimento das vacinas e da medicação pro tratamento, pra gente poder com isso, reduzir a quantidade de óbitos dentro da nossa comunidade”.