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“Não estamos nem com a crise estabilizada muito menos reduzindo”, diz especialista sobre covid no TO

Neilton Araújo - Assessor do Ministério da Saúde no Tocantins - Foto - Divulgaçao

Das 139 cidades do Tocantins, apenas 10 não registraram casos até o momento

A covid se expande a cada dia no Tocantins e apenas 10 cidades ainda não têm casos registrados da doença. Nos últimos dois dias o Estado foi destaque em cadeia nacional como o que mais tem alta de mortes.

Enquanto isso, em pleno julho a população segue em alguns lugares desobedecendo os decretos e subestimando o alcance do vírus, indo às praias, fazendo festas em casa.

São mais de 15 mil casos já registrados e 255 mortes no Estado.

Para o Médico,  Professor da UFT, especialista em Saúde Pública e em Políticas e Estratégias Nacionais e Assessor do Ministério da Saúde, Neilton Araujo,  o Tocantins ainda vive um cenário de crescimento de casos.

Desde o início da pandemia ele vem analisando o cenário no Estado em entrevistas à Gazeta. Nesta segunda-feira, 13, ele voltou a fazer uma análise do caso.

“Lamentavelmente o Tocantins apresenta o maior crescimento percentual de casos e de mortes e de certo modo era previsível e várias vezes alguns alertaram, eu particularmente alertei em várias ocasiões”, disse.

Análise

Na análise dele, o Tocantins fez o isolamento social numa hora boa e depois as medidas que foram sendo adotadas de flexibilização colaboraram para o aumento de casos.

“Com isso perdemos várias vidas que poderiam ser salvas, o mais grave ainda é o que está acontecendo porque não estamos nem com a crise estabilizada muito menos reduzindo, ela ainda está em crescimento, ainda não chegamos ao pico”, opinou.

“Em abril eu já dizia que em junho e julho teríamos dias muito duros no Tocantins. A gente precisa ter muita seriedade, ação coletiva articulada por governo, empresário, trabalhadores, os sindicatos, a mídia… temos que ter cuidado porque alguns países antes de terminarem a primeira onda, emendaram a segunda onda, ainda estamos na primeira e subindo”, avaliou.

Segundo Neilton, com o relaxamento haverá um “recrudescimento da gravidade da crise”.

“Não estamos tratando com um microrganismo simples, ele tem um poder altíssimo de transmissibilidade e agora a OMS acaba de confirmar a possibilidade de transmissão pelo ar em ambientes fechados”, citou.

Ele prega que as ações sejam articuladas coletivamente.

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