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“Não existe estupro culposo”: Caso Mariana Ferrer repercute no Tocantins com críticas e indignação

Mariana Ferrer - Foto: Reprodução

Mariana Ferrer – Foto: Reprodução

Maju Cotrim

A consideração de inocência pela Justiça de Santa Catarina do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem catarinense Mariana Ferrer, de 23 anos, durante uma festa em 2018, voltou a tona, nesta terça-feira (3/11), após a divulgação de um vídeo da audiência em que o advogado do empresário, Cláudio Gastão da Rosa Filho, humilha Mariana. Para além das críticas dirigidas ao defensor, que envolveu até ministro do STF, o mundo jurídico se voltou a discutir o que seria o praticamente inédito “estupro culposo”, ou seja, sem intenção que ocorra, crime não tipificado no Código Penal brasileiro – e que, por isso, levou à absolvição do denunciado. Em reação ao caso, protestos foram organizados em partes do país, incluindo ato em Brasília.

O caso repercutiu também no Tocantins onde ativistas e parlamentares lamentaram o fato.

“Estou injuriada e indignada com o julgamento do crime de estupro envolvendo a jovem #MariFerrer! Me gera muita revolta e indignação essa situação. É lamentável a decisão da justiça pelo crime de “estupro culposo” direcionado a influencer catarinense Mari Ferrer”, disse.

Ela completou ainda: “Estamos em 2020, lutando incansavelmente para combater a violência contra a mulher, propondo soluções e estimulando a denúncia e somos surpreendidas por esse grande revés da Justiça . Ela precisa ser acolhida e mais do que isso, precisa da verdadeira Justiça!”.

A senadora Kátia Abreu comentou: “Estupro culposo não existe! O caso Mariana Ferrer é uma anomalia e a conduta do promotor, do juiz e do advogado precisa ser investigada com rigor (CNMP, OAB, CNJ). As ofensas à dignidade de Mariana são inaceitáveis. O Senado e as senadoras não se calarão! #JustiçaPorMariFerrer”, disse.

O deputado Vicentinho Junior comentou: “A data de hoje é um marco histórico na sociedade. Há 90 anos, instituía-se às mulheres o direito ao voto.

A data de hoje é um retrocesso histórico na sociedade.
2020, quase um século depois de tantas lutas, mulheres são obrigadas a ouvir a expressão “estupro culposo”, disse.

Ele complementou: “Minha solidariedade à Mariana Ferrer e às inúmeras mulheres vítimas deste crime”, disse.

A prefeita de Palmas, Cínthia Ribeiro afirmou: “Indignada com esse “julgamento” do caso Mariana Ferrer. Covardia e falta de humanidade com a mulher, até quando ?! Criaram uma tipificação inexistente na legislação para livrar o agressor. Ela teve seu corpo, sua vida e seus direitos violados. Inaceitável ! #justicapormariferrer”,disse.

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