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Neilton Araújo analisa cenário no TO e lamenta: “ainda teremos dias e semanas difíceis, e até cruéis, pela frente”

Neilton Araújo - Assessor do Ministério da Saúde no Tocantins - Foto - Divulgaçao

Médico e especialista em Saúde, Neilton Araújo – Foto: Divulgação

Maju Cotrim

O médico e especialista em saúde, Neilton Araújo, enquanto se recupera da Covid-19 após alta hospitalar fez uma reflexão á Gazeta do Cerrado sobre o momento difícil da pandemia.

“Então, ainda sem condições plenas na minha recuperação, mas querendo colaborar, envio uma pequena reflexão e indicativos de medidas prioritárias, na expectativa que representem uma contribuição efetiva”, começou dizendo preocupado com a situação.

Ele analisa: “A situação da Covid-19 no Tocantins, como nos demais estados brasileiros, é grave e dramática, com grande sofrimento para todos… e não apresenta sinais de melhoras no curto prazo, ou seja, teremos dias e semanas difíceis, e até cruéis, pela frente ainda”, disse.

“É muito importante analisar que isso tudo não é por acaso, é fruto e consequência das medidas que foram tomadas, ou das medidas que não foram tomadas! Entretanto, nós não podemos ficar só no diagnóstico ou lamentando o quadro atual, é preciso e urgente a adoção de medidas articuladas e colaborativas, tanto em âmbito nacional, como nos estados e municípios, tendo claro a situação específica de cada um e as condições do Sistema de Saúde, neste momento em franco processo de colapso em quase toda região e cidade. É preciso verificar e ter claro as prioridades de ações para salvar vidas”, comentou.

Ele disse ainda: “O que faria uma redução importante e imediata no número de casos e de mortes seria um processo acelerado de vacinação em massa, o que parece que não deve ocorrer por enquanto.. falta vacinas, “o Brasil dormiu no ponto’! Portanto, enquanto isso não ocorre, temos que tomar algumas decisões e iniciativas, e urgente, dentre elas: maior rigor no distanciamento e, em alguns casos, no isolamento social, com orientação e fiscalização; diminuir drasticamente as aglomerações; intensificar o uso massivo de máscaras e de higiene das mãos; apoio social e financeiro para as famílias mais vulneráveis; mobilização de autoridades e líderes empresariais e comunitários para uma linguagem comum e exemplos positivos para a população; uma boa, simples, mas adequada campanha de informação e comunicação, para toda a população, mas especialmente para os jovens; na medida do possível, abrir mais leitos hospitalares, lembrando contudo que estamos sobrecarregando demais e esgotando as equipes de profissionais de Saúde.”, sugere.

“Vejo o Brasil todo com dificuldade de acesso a leitos de UTI e a insumos como oxigênio, então o direcionamento urgente é buscar reduzir logo o número de contágios e o número de doentes.

Penso que é preciso, também, intensificar e qualificar um processo de discussão dialogada e agregadora entre as diferentes instituições oficiais, grupos empresariais e organizações comunitárias, religiosas, etc, articulado e coordenado pelo poder público”, explicou.

Mudança no Ministério

Sobre a possibilidade de mudança no comando no ministério da Saúde: “avalio que as notícias sobre mudanças para logo no Ministério da Saúde e nos rumos da Política de Saúde (que até então vinha sendo adotada) podem representar uma boa oportunidade para facilitar a tomada de decisão, coordenada nacionalmente, porém efetivada no âmbito regional pelos estados e, em âmbito local, pelas prefeituras. Gente, precisamos entender que para situações simples, as soluções são simples, mas para situações complexas, necessariamente, as soluções serão complexas!”, completou.

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