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No Bico, cidades criam barreiras para evitar entrada da cepa indiana registrada no MA

São Miguel – Divulgação

As cidades de São Miguel e São Sebastião, na região do Bico do Papagaio, decidiram criar barreiras sanitárias nas fronteiras com o Maranhão em medida para tentar prevenir a entrada da cepa indiana do coronavírus no Tocantins. Nesta sexta-feira (28), o prefeito de Palmeiras enviou um oficio pedindo para o governo do estado fazer uma barreira em Aguiarnópolis.

Oito casos da nova variante do coronavírus foram registrados no país até esta sexta-feira (28). A maioria deles está no Maranhão, que tem uma vasta fronteira com o Tocantins, além de Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em São Miguel do Tocantins, que faz divisa com Imperatriz (MA), serão duas barreiras sanitárias a partir da próxima segunda-feira (31), uma no porto da balsa e a outra na ponte que liga os dois estados. O município vai fazer triagem e aferição de temperatura e testes rápidos em casos suspeitos.

Em São Sebastião do Tocantins, na região do Bico do Papagaio, a coordenação da atenção básica informou que barreiras estão sendo montadas e também começam a funcionar na próxima segunda-feira (31). Nos locais será feita triagem e entrevista com quem chegar ao estado.

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Na fronteira com o Pará os municípios também estudaram a adoção de medidas de prevenção após o surgimento de casos suspeitos da cepa indiana no estado vizinho.

Em Ananás, o secretário de saúde informou ao G1 que não será realizada barreira sanitária, tendo em vista que os casos suspeitos no Pará foram descartados. Mesmo assim o município vai fazer o monitoramento de moradores que viajarem para os estados vizinhos e regiões endêmicas, com recomendação de isolamento por 14 dias.

Em Xambioá, também na fronteira com o Pará, uma reunião para discutir o tema será feita na segunda-feira (1°). O G1 ainda tenta contato com outros municípios que fazem fronteira com os estados vizinhos.

Pedido de Barreira

Nesta sexta-feira (28), o prefeito Francisco Noleto Júnior, de Palmeiras do Tocantins, enviou um ofício ao governador Mauro Carlesse (PSL) pedindo a criação de uma barreira sanitária entre em Aguiarnópolis e Estreito (MA).

Palmeiras fica às margens da BR-226 e está bem próximo de Aguiarnópolis. No pedido, o prefeito afirma que a cidade voltou à zona de alerta após o surgimento de novos casos e que a vacina ainda é insuficiente.

G1 solicitou um posicionamento sobre o pedido para o governo do estado e aguarda uma resposta. No início desta semana, o secretário de saúde de Aguiarnópolis afirmou já estava fazendo uma barreira sanitária com medição de temperatura de quem chega do Maranhão.

Na terça-feira (25), após o Ministério Público deu um prazo de cinco dias para que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informar se está adotando medidas de contenção, barreira e bloqueio nas fronteiras. Naquele dia o estado informou que não havia nenhum caso suspeito no Tocantins e não estava prevendo nenhuma medida restritiva.

Riscos da nova cepa

A cepa indiana teria chegado ao país em seis trabalhadores indianos que estavam a bordo de um navio vindo de Hong-Kong – a embarcação segue em alto mar, sem atracar em São Luís (cinco estão em quarentena dentro do navio e um deles está internado).

A análise genética revelou que essa variação apresenta mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.

Em linhas gerais, tudo indica que esses “aprimoramentos” genéticos melhoram a capacidade de transmissão do vírus e permitem que ele consiga invadir nosso organismo com mais facilidade.

Por Patricio Reis – G1TO

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