Equipe Gazeta do Cerrado
Você sabia que a poesia tem espaço especial no calendário brasileiro? É isso mesmo! No Brasil, dedicamos um dia para celebrar a poesia nacional. Até meados do ano de 2015, a data era comemorada em 14 de Março, uma homenagem a um de nossos maiores poetas, Antônio Frederico de Castro Alves, nascido na cidade de Curralinho, nessa data, no ano de 1847. Porém, essa celebração não era oficial. Houve uma proposta de lei para que a comemoração fosse oficializada no dia 14 de Março, mas o Projeto foi arquivado. A presidente Dilma, então, em 3 de junho de 2015, sancionou a Lei 13.131/2015, que criou oficialmente o Dia Nacional da Poesia. Esse Projeto de Lei, sugerido pelo senador Álvaro Dias, teve proposta aceita para que o Dia Nacional da Poesia fosse comemorado no dia 31 de Outubro, nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Vários poetas e poetisas são lembrados nesta data. Para homenagear tantas pessoas que vivem desta arte, a Gazeta do Cerrado, traz alguns versos do poeta José Gomes Sobrinho (In Memorian) . Ele, que dá nome ao Espaço Cultural de Palmas, foi homenageado pelo governo do Tocantins hoje relembrando uma de suas poesias.
Resgatando a linguagem mambembe, o espetáculo “Zé” realizado pelo grupo cultural “A Barraca” abordou o mundo lírico do poeta José Gomes Sobrinho (in memorian), por meio de seus textos, música e principalmente pelo modo como as pessoas o viam, trazendo a tona sua visão de mundo, suas concepções a cerca da vida e de sua realidade. O espetáculo foi sucesso de público e fomentou ainda mais a paixão pela poesia.
Zé Gomes morreu há 15 anos mas sua memória permanece viva e inspirando gerações. Algumas de suas obras: “Versos Espalhados”, “Os contos que eu conto” podem ser adquiridas pelos amantes da poesia.
– Um pouco de poesia:
(De CONSIDERAÇÕES EM DÓ FURTIVO MAIOR, 1996)
invertida a rosa dos ventos
que me apontava um norte
fantasiado de magnético oeste
dou-me por sul ó tormento
não que pretenda me fazer forte
e esquecer religiosamente
os gestos de elaborar perdões
ou me submeter á magra sorte
faço-me recente bússola
viajando intermináveis estradas
parcialmente abandonadas
mas estando vestido de roupas imantadas
sou passageiro de naves enredadas
em indesejáveis ventos do sul
José Gomes Sobrinho
– Mais uma poesia de Zé Gomes:
Eu sou daqui
Eu sou daqui
Como sou de todos os lugares
onde vivi
Eu sou de Palmas
cidade que eu gostaria
que tivesse mais alma
Que mostrasse nas janelas
um pouquinho da saudade
que precisa ser coberta
pela mais pura amizade
Eu sou daqui
como ainda sou de todos os lugares
onde fui (e sou!) amado
Quando eu me for
para onde for
quero deixar muito vivo
o meu recado de amor
Eu sou daqui sou dali
serei de todos os lugares
onde me abram os braços
e me abracem com calor
Mas sei que sou
– principalmente –
desta Palmas que precisa
– com urgência –
derrubar os muros frontais
de suas casas
e avizinhar-se
dando-se muito mais
amado-se muito mais.
In. Fio de Prumo
-EVANGELHO DE UMA CIDADE
Ontem pasto
hoje pó
amanhã Palmas