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No Senado, o PSC e o PL foram as bancadas mais leais ao Planalto

No Senado, os partidos mais fiéis ao Planalto são o PSC e o PL. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O partido do presidente Jair Bolsonaro é apenas o sétimo em apoio ao governo no Senado. De acordo com levantamento do Congresso em Foco, os senadores do PSL entregaram 77% de seus votos ao governo nas votações nominais que contaram com orientação do Executivo no primeiro semestre. O percentual se aproxima ao do PT e fica longe do registrado pelas bancadas que se revelaram como as mais leais a Bolsonaro no início desta legislatura.

No Senado, o PSC e o PL foram as bancadas mais leais ao Planalto. Os senadores das duas legendas seguiram a orientação do governo em 91% das votações nominais realizadas no plenário entre março e junho deste ano. O PP, com 83%; o Podemos, com 81%; a Rede e o Cidadania, com 79%, também registraram um percentual de votos alinhado à posição do governo maior do que o próprio partido do presidente da República.

Ao todo, 11 senadores votaram integralmente com o governo. A lista completa dos senadores que mostraram 100% de lealdade ao Planalto pode ser vista abaixo e conta com apenas dois representantes do PSL. Nem o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), está na relação.

PSL

Com apenas quatro senadores, o PSL não registrou nenhuma traição a Bolsonaro. Porém, deixou de entregar quatro votos ao governo devido a três ausências da senadora Soraya Thronicke (MS) e a uma ausência do senador Flávio Bolsonaro (RJ).

Em todas as oportunidades, as ausências foram atribuídas a compromissos parlamentares no exterior. Porém, neste levantamento, toda falta foi contada como voto contrário ao governo.

Soraya e o filho do presidente faltaram à votação do projeto que instituiu o chamado cadastro positivo para bons pagadores porque acompanhavam Bolsonaro em viagem oficial a Israel. A senadora ainda deixou de votar duas propostas de emenda à Constituição por estar em visita à China e à Alemanha.

Veja quais foram os 11 senadores que mostraram 100% de lealdade ao governo:

Arolde (PSD/ RJ)
Carlos Viana (PSD/ MG)
Eduardo Gomes (MDB/ TO)
Elmano Férrer (Podemos/ PI)
Fernando Bezerra Coelho (MDB/ PE)
Izalci Lucas (PSDB/ DF)
Jorginho Mello (PL/ SC)
Juíza Selma (PSL/ MT)
Lucas Barreto (PSD/ AP)
Luiz Carlos Heinze (PP/ RS)
Major Olímpio (PSL/ SP).

Oposição

O levantamento mostra que o DEM, do presidente Davi Alcolumbre (AP), foi o partido que mais votou contra o governo no Senado. Os colegas de Alcolumbre votaram conforme a recomendação do Planalto em apenas 55% das vezes. Embora nunca tenha aderido oficialmente ao governo, a legenda comanda três ministérios: Casa Civil, Saúde e Agricultura.

O mapa de votação também revela um PT menos opositor no Senado. Os votos dos senadores petistas coincidiram com os do Planalto em 74% das vezes – índice próximo ao registrado pelo PSL.

Os senadores que mais fizeram oposição ao governo neste primeiro semestre foram, portanto, de outras siglas. Jader Barbalho (MDB/PA), que é do mesmo partido do líder do governo no Senado – Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE) -, seguiu a orientação do governo em apenas 9% das votações. Porém, registrou dez ausências nas votações analisadas pelo Congresso em Foco. O segundo lugar dos mais oposicionistas ficou com Mara Gabrilli (PSDB/SP), que, com sete ausências, entregou 18,18% de seus votos ao Planalto.

Metodologia

O levantamento feito pelo Congresso em Foco analisou a votação de oito projetos no Senado. Três desses projetos eram propostas de emendas à Constituição e, por isso, foram votados em dois turnos. Logo, a pesquisa considera, ao todo, 11 listas de votação. Veja a relação completa abaixo.

Foram consideradas apenas votações nominais – aquelas em que cada parlamentar declara seu voto – realizadas em plenário. Ausências, obstruções e abstenções foram contadas como votos contrários à orientação dada pelo governo.

Veja quais votações foram analisadas pelo Congresso em Foco:

Cadastro Positivo (PLP 441/2015)
Votado no dia 13 de março

PEC do Orçamento Impositivo (PEC 34/2019)
O 1º e o 2º turno foram votados no dia 3 de abril

PEC que estende aos servidores militares estaduais o direito à acumulação de cargos públicos (PEC 141/2015)
O 1º turno foi votado no dia 2 de abril e o 2º turno no dia 3 de abril

Reforma Administrativa (MP 870/2019)
Votada no dia 28 de maio.

Fraudes INSS (MP 871/2019 )
Votada no dia 03 de junho.

Abertura de Crédito extra de R$248,9 bilhões (PLN 4/2019)
Votado no dia 11 de junho.

Alteração do rito de Tramitação das MPs (PEC 70/2011)
O 1º e o 2º turno foram votados no dia 12 de junho.

Derrubada do decreto das armas (PDL 233/2019)
Votado no dia 18 de junho

Fonte: Congresso em Foco

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