Maju Cotrim
A presidente da Associação Quilombola Visão de Águia do município de Chapada de Natividade, Auderina Jesus Reis afirmou à Gazeta que as famílias estão passando necessidade e que não receberam assistência adequada neste período de pandemia. O Estado tem cerca de 44 quilombos em várias cidades.
“Tá bem difícil, quem estuda no colégio teve as cestas um mês, mas o município não deu nenhum tipo de apoio”, disse.
Segundo ela, as famílias estão com dificuldade até para conseguir comida. “Com a falta da merenda muitas famílias têm passado muitas dificuldades sem ter o que comer mesmo num momento bem difícil ”, disse.
Ela contou que alguns idosos receberam cestas, mas tem outras famílias em situação vulnerabilidade não receberam assistência. Apenas no quilombo rural são cerca de cinquenta famílias. “Estamos desamparados, nem cestas recebemos”, disse.
São duas comunidades na cidade, uma urbana e rural. “A cidade ao todo já é considerada quilombo”, explicou.
A Gazeta busca contato com a prefeitura da cidade para cobrar explicações sobre assistência às famílias vulneráveis e quilombos.
A Gazeta solicitou ainda à Setas se alguma ação específica será desenvolvida para o quilombo da cidade. O Estado entregou milhares de cestas nos 139 municípios inclusive nos assentamentos e comunidades.
Em nota, a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social informou que na primeira etapa da ação de assistência às famílias afetas pelo insolamento social causado pela COVID-19 foram entregues pelo Governo do Estado, por meio da Setas, para o Centro de Referência de Assistência Social do município de Chapada de Natividade cestas básicas destinadas para os idosos cadastrados no SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos). Ressaltamos, que em uma segunda etapa o Governo do Tocantins estará atendendo as comunidades quilombolas da referida região, como também outras famílias vulneráveis cadastradas no PAIF (Proteção e Atendimento Integral à Família) e trabalhadores afetados pela pandemia. Desde o dia 21 de março mais de 75 mil famílias já foram atendidas nos 139 municípios.
Apoio a quilombos
A Defensoria Pública recomendou assistência às comunidades e levou em conta, entre outros pontos, a inexistência de diretrizes específicas no Plano Estadual de Prevenção e Combate ao covid-19 destinado às comunidades tradicionais quilombolas; e que a população negra tocantinense, especialmente os povos tradicionais, deve ser protegida da infecção do Coronavirus (COVID-19), com medidas especiais.
Morador da comunidade Lagoa da Pedra, o coordenador da Coordenação das comunidades quilombolas do Tocantins- COEQTO no Tocantins, Evandro Moura disse que falta um olhar para os remanescentes de quilombos. “estamos vivendo um momento difícil. Antes conseguíamos ter uma renda, aqui na região… teve entrega de cestas mas já veio de Arraias uma lista das pessoas que teriam direito…”, Disse ao alegar que faltou inclusão dos moradores da comunidade por parte da prefeitura de Arraias.
Na Lagoa da Pedra são 50 famílias e apenas seis pessoas receberam cestas de prefeitura, segundo ele. “Estamos sobrevivendo aqui se virando mas diante da crise não tem trabalho”, disse.
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