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O banheiro da polêmica de R$ 44 mil em Câmara no Vale da Araguaia gera revolta na população

Banheiro vai custar R$ 44,9 mil aos cofres públicos — Foto: Reprodução

Polêmica em Pium, no Vale Araguaia, devido a um banheiro. Isso mesmo. Um cômodo de 6,4 metros quadrados com apenas um sanitário, um chuveiro e uma cuba embutida em suporte de granito custará R$ 44,9 mil à Câmara de Vereadores do município. Isso porque será construído no gabinete do presidente da Casa, Silvaneres Martins (PSDB). Apenas no “projeto arquitetônico” foram gastos R$ 6 mil com dispensa de licitação.

A construção revoltou moradores da cidade. Imagens mostram que local tem, inclusive, de plástico, como os acessórios para toalha, papel higiênico e sabonete.

Alguns itens do orçamento chamam atenção como uma barra de apoio em aço inox polido, de 60 centímetros, orçada em R$ 1.330,48. O município também deve pagar R$ 850,26 por 111 metros de cabo elétrico antichamas e R$ 115 pela compra e instalação de uma única lâmpada para o cômodo. A laje do cômodo custou R$ 1.418,65.

O orçamento contratado também prevê R$ 1.405,64 pela instalação da placa da obra e R$ 5.211,77 por um serviço descrito como “Administração local”.

O caso foi denunciado ao Ministério Público Estadual por outros vereadores. Segundo a denúncia, as empresas responsáveis pelo projeto e pela execução do serviço foram contratadas no dia 30 de setembro e apenas quatro dias depois, em 4 de outubro, os valores começaram a ser liberados.

A empresa responsável pela execução da obra foi contratada por R$ 39.092,76 e recebeu até o momento R$ 12.417. O valor do projeto arquitetônico foi totalmente liquidado.

O presidente da Câmara, Silvaneres Martins disse que a obra não está finalizada, mas que tudo está sendo feito dentro da legalidade. “Tudo baseado no Sinapi – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices, no que a lei determina. É uma empresa que ganhou licitação que está fazendo. Estamos respeitando tudo. Lá nós temos projeto estrutural, projeto sanitário, elétrico, hidráulico […] Está tudo na legalidade, dentro do que a lei manda”, afirmou.

Apesar de o presidente afirmar que a contratação da empresa de engenharia foi feita com licitação, o relatório de empenho disponível no portal da transparência da Câmara de Pium destaca que o contrato foi firmado na modalidade de dispensa de licitação.

Ao ser questionado sobre o que pensa do valor, o vereador respondeu: “Eu não acho barato, falar que é barato não acho, não. Porque na casa da gente a gente constrói com menos de R$ 20 mil, mas tem essas burocracias e todas exigências que o Tribunal de Contas exige na hora de prestar contas”, afirmou.

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