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O transporte que preserva a cultura

Indígenas estão precisando de roupas de frio, alimentos e cobertores - (Foto: Marco Aurélio Jacob/Gazeta do Cerrado)

Brener Nunes e Marco Aurélio Jacob – Gazeta do Cerrado

Em busca da preservação cultural e acesso à escola bilíngue da comunidade indígena Aqwê Xerente do município de Tocantínia no centro do Tocantins, os indígenas comemoram um fato inédito: trazer os filhos da aldeia que moram na cidade, de volta à escola na aldeia. Pelo menos durante o período escolar, assim sua cultura e língua serão preservados ao longo dos tempos.

Esta nova experiência começou nessa segunda-feira, 26, conta o professor e pai, Rogério Srone Xerente. “Queremos que nossas crianças tenham contato com sua cultura, costumes, língua, brincadeiras e famílias”, diz o indígena.

Crianças indígenas da Comunidade Indígena Akwê Xerente em Tocantínia, TO

Segundo Rogério, são em média 14 alunos indígenas que moram na cidade e vão estudar na aldeia. “Muitas vezes devido à trabalho, faculdade ou escola, os pais e filhos tem que se mudar para cidade”, explica.

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Transporte Escolar Indígena (Foto: Rogério Xerente)

No momento, o ônibus só faz esse trajeto no período da manhã e transporta alunos apenas a Escola Estadual Indígena Waitaimere, na aldeia Serrinha, dos Aqwê Xerente. “A expectativa é que com o passar do tempo mais alunos comecem a estudar na escola indígena utilizando o transporte”, pontua o indígena.

Rogério Xerente, Professor Indígena (Foto: Marco Aurélio Jacob/Gazeta do Cerrado)

De acordo com Rogério, ao todo são 37 escolas indígenas, mas nem todas ficam próximas às cidades, afirmou que há a possiblidade e vontade de expandir o transporte para algumas escolas mais próximas e garantir a preservação da língua e da cultura milenar Aqwê Xerente: “É algo para se pensar (e cobrar) mais para frente”, destaca.

O grande objetivo é garantir a inclusão contínua e não deixar que as crianças que moram longe esqueçam suas raízes.

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