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Oficiais da PM saem em defesa de Tenente-Coronel e acusam delegado de desrespeito

Tenente-Coronel teria invadido delegacia durante depoimento - Reprodução TV Anhanguera

Lucas Eurilio – Gazeta do Cerrado

As polêmicas envolvendo o caso do jovem Leandro Rocha da Cunha, de 16 anos,  morto após ter sido atropelado por uma vituatura da Polícia Militar no dia 20 de março não param de surgir.

Após o episódio de discussão entre o delegado Guido Camilo e o Tenente-Coronel Francilnaldo Machado Bó, na quarta-feira, 27, nesta sexta-feira, 29, os colegas de trabalho emitiram uma nota de repúdio contra o delegado responsável pelas investigações sobre o caso.

Na nota, os policiais afirmam que ao chegar na delegacia, o tenente-coronel Francinaldo Machado Bó foi recebido com falta de respeito.

“É importante ressaltar que ao chegar à Delegacia, o tenente-coronel Bó foi recebido de forma desrespeitosa pelo Delegado que atua no caso, pois, questionou que, se ele não fosse o corregedor poderia ir embora, inclusive em tom agressivo bradava “aqui o senhor não manda não””, afirma nota.

Na quarta-feira, 27, durante o depoimento do soldado da PM Silvestre Vieira, que dirigia a vitatura no dia do atroplemento de Leandro, o Tenente-Coronel Bó, teria invadido a sala de depoimentos e uma discussão foi iniciada.

A nota de repúdio diz ainda que o delegado “a pretexto de cumprir a lei, descumpre-a deliberadamente ao constranger e causar tumulto pelo simples fato de o Tenente-coronel Bó exercer o seu dever funcional ante o seu subordinado”.

Nossa equipe entrou em contato com o Delegado Guido Camilo e aguarda uma resposta.

Segundo militar envolvido

Prestou depoimento na manhã desta sexta-feira, 29, o segundo Policial Millitar envolvido no atropelamento de Leandro, no Jardim Aureny IV.

Segundo as informações, o PM se apresentou na delegacia de polícia mas permaneceu calado durante todo o depoimento. Ele não teve a identidade revelada e estava junto com o soldado Silvestre no momento do atropelamento.

Confira a nota na íntegra:

NOTA DE REPÚDIO, ESCLARECIMENTO E APOIO

Quanto aos fatos que veiculam na imprensa, relatando que na data de 27/03/2019,
a sala de depoimentos da Delegacia de Homicídios de Palmas, foi “invadida” pelo Tenentecoronel Francinaldo Machado Bó durante o depoimento do Soldado Silvestre, esclarecemos o seguinte:

Primeiramente é necessário frisar que lamentamos profundamente a morte do
menor ocorrida durante um acidente de trânsito com uma viatura da Polícia Militar.
Consideramos insano e leviano qualquer presunção de que os Policiais Militares do
Tocantins saem por aí com objetivo de atropelar e matar pessoas.

Em segundo lugar, esclarecemos que não houve “invasão” de Delegacia, pois, o
Tenente-coronel Bó, cumprindo dever funcional de comandante do Soldado Silvestre, foi
acompanhá-lo durante o momento de seu interrogatório o qual tratava dos fatos envolvendo o referido policial militar em serviço, ocorrido na noite de 20 de março no Jardim Aureny IV, em Palmas.

Em casos como estes, a legislação em vigor assegura ao comandante que possa acompanhar o seu subordinado enquanto é tomado o seu termo de interrogatório. No caso de prisão, esta mesma legislação prevê que o policial ficará sob a custódia da Polícia Militar, após encerrada a sua oitiva. É importante ressaltar que ao chegar à Delegacia, o tenente-coronel Bó foi recebido de forma desrespeitosa pelo Delegado que atua no caso, pois, questionou que, se ele não fosse o corregedor poderia ir embora, inclusive em tom agressivo bradava “aqui o senhor não manda não”.

Diante disto o Tenente-coronel Bó argumentou que era o comandante do Soldado Silvestre e que teria o dever funcional de estar acompanhando o seu subordinado. Curioso é que o Delegado responsável pelo caso, a pretexto de cumprir a lei, descumpre-a deliberadamente ao constranger e causar tumulto pelo simples fato de o Tenente-coronel Bó exercer o seu dever funcional ante o seu subordinado.

Do exposto, repudiamos quaisquer narrativas que destilam inverdades sobre os
fatos ou que tenham interesses escusos de denegrir a pessoa do profissional Tenentecoronel Bó. Por fim, apoiamos e solidarizamos com o Tenente-coronel Bó, oficial da mais alta estirpe da PM Tocantinense e que exerce a sua profissão há 21 anos. Policial militar honrado e compromissado ocupa atualmente uma das mais nobres funções da PMTO, o Comando do Policiamento da Capital – CPC, o qual abrange a capital Palmas, Porto Nacional, Paraíso, Miracema além de outros municípios circunvizinhos.

Assinam a nota:

Patrícia Murussi Leite – Tenente-coronel QOPM
Carlos Eduardo de Souza Farias – Tenente-coronel QOBM
Peterson Queiroz de Ornelas – Tenente-coronel QOBM
Dosautomista Honorato de Melo – Tenente-coronel QOPM
João Márcio Costa Miranda – Tenente-coronel QOPM
Márcio Antônio Barbosa – Tenente-coronel QOPM
Sólis Araujo Souza – Tenente-coronel QOPM
Cláudio Thomaz Coelho de Souza – Tenente-coronel QOPM
Alon Nery Amaral – Tenente-coronel QOPM
Wander Araujo Vieira – Tenente-coronel QOPM
Jerry Adriane de Araujo Godinho – Tenente-coronel QOPM
Sherlock Luiz de Mesquita – Tenente-coronel QOPM

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