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Onda de fakenews e exército de perfis pró-candidatos preocupam e geram denúncias no Tocantins

(Foto: Marco Aurélio Jacob)

Equipe Gazeta do Cerrado

Esta campanha para as eleições suplementares no Tocantins agita as redes sociais e um verdadeiro exército de perfis fomentando o debate político e em prol de alguns candidatos se manifestam em grupos.

Um dos maiores riscos são as fakenews e ainda a adulteração de matérias jornalísticas.  Vários veículos alvo destes crimes virtuais já registraram denúncias. Nesta segunda-feira, 30, por exemplo, matéria com os dados de uma pesquisa do Jornal Primeira Página foi alterada. Na matéria original, segundo os dados da pesquisa em questão, Vicentinho Alves estaria em primeiro lugar seguido de Kátia Abreu e Carlos Amastha empatados.

 

Em montagem falsificando o conteúdo original, os índices foram alterados colocando Amastha á frente da disputa.

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A jornalista e proprietária do veículo, Sandra Miranda informou que vai formalizar a denuncia nos órgãos competentes. “Quando ocorre uma adulteração, uma falsificação do material de um veículo, quem fica perdendo? Principalmente a população, prejuízo maior é dela, porque recebem uma informação que não é verdadeira, distorcida, para atender interesses de candidatos, que querem fazer prevalecer sua vontade em cima da verdade dos fatos”, disse.

“É considerado crime, o fakenews, tanto é que serão combatidas pela autoridades competentes. E eu acho que quem faz parte dessa prática não merece a confiança da população “, finalizou a jornalista.

(Reprodução)

Em entrevista à Gazeta do Cerrado, a delegada da área de Crimes Cibernéticos, Milena chamou atenção para a divulgação de falsas notícias e ainda da adulteração de conteúdo. “A Polícia Civil está se preparando para trabalhar de forma repressiva e preventiva. Vamos reforçar a equipe, para fazer um atendimento rápido e eficaz para a população”, disse.

A delegada também orienta quem for vítima desse tipo de crime. “O primeiro passo é a preservação de evidências. Porque essas evidências podem ser apagadas. Essas provas devem ser preservadas de forma correta, para que a polícia possa fazer uma boa investigação”, explicou.

Sobre as punições, a delegada enquadra alguns crimes, como calúnia, injúria e difamação. “Cada um desses crimes têm sua pena adequada, mas o importante a destacar, é quem usar a internet para isso, a pena será aumentada em um terço. só pelo fato de estar divulgando nas redes sociais”, esclareceu.

Campanha

O Sindicato dos Jornalistas do Tocantins prepara campanha contra a fakenews que deverá ser lançada nos próximos dias no intuito de conscientizar para a punição.

O Sindjor orientou ainda os jornalistas e veículos atingidos pelos atos a formalizarem denúncia. “Todos os veículos foram orientados a fazer matérias sobre o assunto. Os veículos devem falar sobre o fato”, contou.

“Nos casos de veículos serem vítimas de adulteração, tem que formalizar, fazer boletim B.O, denunciar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no Ministério Público Federal Eleitoral, onde for, mas devem se resguardar”, esclareceu Alessandra.

 

Eleições 2018

O ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux, disse que a lei brasileira tem mecanismos para aplicar essa regra. “A legislação prevê coibir propagandas abusivas. Uma propaganda que visa destruir o candidato alheio configura um abuso de poder que pode levar à cassação”. Para que o processo eleitoral não chegue a esse ponto, o ministro ressaltou que o TSE montou um comitê, com participação da Polícia Federal, do Ministério Público e da Agência Brasileira de Inteligência para impedir a proliferação de notícias falsas.

As fake news acabam contaminando o ambiente político e ferindo de morte o princípio democrático. O voto só pode ser consciente se for antecedido da informação exata sobre seu candidato”, disse o ministro. Fux também mencionou que, em comparação com os Estados Unidos, a liberdade de expressão pode ser mais relativizada no Brasil.

( Foto: Nelson Jr/SCO/STF)

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