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Onze suspeitos de ataque a acampamento em Palmeirante são denunciados à Justiça Federal

Casas foram incendiadas após o ataque no assentamento — Foto: Márcio Novais/TV Anhanguera

Onze pessoas acusadas da invasão de terras públicas na zona rural de Palmeirante, foram denunciadas à Justiça Federal. A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) e aceita nessa sexta-feira, 26, pela 2ª Vara Federal Cível e Criminal de Araguaína. Os investigados agora passam ser réus de uma ação penal.

Durante o ataque a um acampamento de trabalhadores sem terra, em agosto deste ano, um homem foi morto e outro ficou ferido, além de barracos e plantações que foram destruídos. O grupo foi denunciado por homicídio, tentativa de homicídio, organização criminosa, falsidade ideológica, sequestro, disparo de arma de fogo, incêndio e danos.

O ataque aconteceu no acampamento Maria Bonita, que fica em uma área conhecida como fazenda Navarro. Os pistoleiros queimaram barracos e derrubaram outros com tratores, além de destruir plantações.

O trabalhador rural Getúlio Coutinho dos Santos, de 54 anos, foi assassinado e outro homem ficou ferido. Eles estavam em uma motocicleta e receberam vários disparos enquanto passavam pelo local.

Conforme a polícia, Getúlio não fazia parte do grupo sem terras que disputam a posse da terra. Ele era dono de uma chácara onde vivia e a terra dele, inclusive, já estava titulada.

Conforme o MPF, os pistoleiros foram liderados pelos irmãos pecuaristas Júlio Cezar Eduardo e Wanderley Eduardo da Silva. O grupo, inclusive, foi alvo da operação Terra Arrasada da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e prisões.

Durante análise dos dados obtidos, a polícia encontrou informações no celular de um dos fazendeiros, demonstrando o suposto planejamento do ataque em conversas para adquirir a munição que seria usada.

O surgimento do acampamento teria contrariado o interesse deles porque pretendiam tomar para si as terras, mediante a obtenção fraudulenta de título de propriedade da área. O MPF afirmou que por nove vezes os irmãos contrataram práticas de violência ou ameaça contra os trabalhadores acampados.

Entre os investigados estão dois filhos de um dos produtores rurais, um policial civil aposentado, um policial militar e um médico veterinário, além de outros suspeitos. Ainda segundo o Ministério Público, Ricardo Porfírio de Sousa e Aldaires Pereira de Araújo foram os autores dos disparos que mataram Getúlio e deixaram outro homem ferido.

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