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Operação Intramuros: Mais de 20 suspeitos de comandar tráfico nos presídios são soltos

Casa de Prisão Provisória de Palmas - Foto - Jesana de Jesus G1 Tocantins

A Justiça determinou que 28 dos 65 presos pela Polícia Civil durante a operação Intramuros sejam colocados em liberdade. A ação ocorreu em abril e desarticulou uma organização criminosa que comandava o tráfico de drogas de dentro de presídios do estado. A investigação foi realizada pela Delegacia de Investigações Criminais de Paraíso do Tocantins (Deic) e demandou seis meses de trabalho.

A decisão de revogar a prisão preventiva e soltar os suspeitos foi da juíza Renata do Nascimento, de Paraíso do Tocantins, após um parecer do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual.

O delegado Eduardo Menezes, responsável pelas investigações, disse a decisão foi uma questão de interpretação do Ministério Público. “Como órgão de acusação não vê indícios para denunciar, não havia outra saída para juíza a não ser revogar a prisão preventiva. Eu como delegado responsável pelas investigações mantenho a minha posição de que há indícios para que permaneçam presos.”

A operação Intramuros é uma das maiores ações realizadas pela Polícia Civil do Tocantins. Em abril foram decretados 74 mandados de prisão e 72 de busca e apreensão. As ordens foram cumpridas por cerca de 300 policiais no Tocantins, Goiás e Piauí.

Áudios apreendidos pela Polícia Civil durante as investigações da operação Intramuros mostraram conversas entre membros de uma facção criminosa que atuava dentro e fora das cadeias. Os arquivos revelam que chefes de facções controlavam o tráfico, avisavam sobre operações policiais e negociavam a entrega de drogas e celulares nas unidades prisionais.

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De acordo com o delegado, os chefes do grupo e principais investigados continuam presos. “Os suspeitos que foram soltos são alguns que acabaram se envolvendo [com o grupo criminoso], muitos são parentes. Ainda que não tenham tanta periculosidade a conduta não deixa de ser criminosa”, afirmou.

O Ministério Público foi procurado para comentar a decisão de soltar os 28 presos e ainda deve se manifestar.

A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) informou que até o momento os presos não foram colocados em liberdade porque o alvará de soltura ainda não foi apresentado pelo oficial de justiça na unidade administrativa onde os presos estão.

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