O vereador Major Negreiros (PSB) foi levado no início da noite deste sábado (11) para prestar depoimento na Polícia Civil. Ele foi detido na última quarta-feira (8) pela Polícia Federal ao desembarcar no Rio de Janeiro. O parlamentar estava viajando com a família para o Chile. Ele é um dos alvos da 2ª fase da operação Jogo Limpo e está preso no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas.
Segundo a Polícia Civil, Negreiros é um dos principais investigados na segunda fase dessa operação. Ele teria sido o maior beneficiado com os recursos supostamente desviados da Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Fundesportes) e da Secretaria de Governo e Relações Institucionais da capital. A verba seria destinada a projetos sociais, mas o dinheiro teria sido usado em campanhas eleitorais de 2014.
O parlamentar teria recebido recursos ilícitos por meio de contas de familiares, assessores de seu gabinete, bem como na conta de cabos eleitorais e militantes políticos da sua campanha para deputado estadual de 2014.
Além de Major Negreiros, outros dois parlamentares teriam participado de um esquema que desviou R$ 7 milhões da Prefeitura de Palmas e também foram presos: o presidente da Câmara Municipal, João do Lago Folha e Rogério Freitas. Folha deixou a Casa de Prisão Provisória de Palmas nesta quarta-feira (8). Já Rogério Freitas saiu da unidade no último domingo (5).
Ao todo, 26 mandados de prisão temporária foram cumpridos na 2ª fase da operação Jogo Limpo. Apenas Negreiros está preso.
O esquema
O esquema envolve quatro núcleos compostos por servidores, políticos, empresas fantasmas e entidades. Segundo a decisão judicial que autorizou a operação, 10 entidades investigadas admitiram o uso de notas frias fornecidas por sete empresas fantasmas.
As notas seriam para justificar despesas e serviços não realizados. Depois, o dinheiro seria desviado para servidores e agentes políticos ou para terceiros indicados por eles.
A polícia informou na última sexta-feira (3) que encontrou R$ 40 mil na conta do vereador Rogério Freitas oriundos de uma empresa fantasma utilizada no esquema e R$ 10 mil na conta pessoal do vereador Folha.