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OPINIÃO DO LEITOR: Um olhar indígena sobre a política partidária em Tocantínia

Por Rogério Xerente

Queridas e queridos tocantinenses , dirijo-me a cada uma das senhoras e senhores com a mais lídima consideração e respeito para esclarecer os fatos, boatos e muito fuxico, conforme delineado pelo próprio autor do texto.

Tocantínia é também minha cidade que amo muito, que escolhi para morar, construir família, criar meus filhos e claro ajudar a cuidar dessa terra e do nosso povo. Em períodos eleitorais são criadas tantas situações com objetivos de confundir a população, colocando em risco o livre exercício da cidadania.
Não queria em momento algum escrever sobre algo que foi exaustivamente discutido com os líderes políticos da nossa cidade. Sentei diversas vezes com o líder Marcelo Lucena em minha casa, tomamos café e firmamos caminhar e construir candidaturas independentes, para uma possível junção posterior.
Em uma das conversas, foi sugerido que eu deixasse a pré-candidatura, para ingressar em um cargo municipal, Estadual ou até mesmo federal e que lançasse a minha esposa como candidata a vereadora, pelo partido MDB que se propôs lançar somente candidaturas indígenas, o que não ocorreu.

Após o declínio do líder do União Brasil no município, conversei com todos os líderes que se autodeclaravam de oposição, mesmo que esporadicamente, inclusive na última reunião fui sabatinado pelo grupo, onde fui chamado de teórico, quando apresentava alguns projetos viáveis para nossa querida cidade, área indígena e área rural. Apresentei propostas de caminharmos juntos nessas eleições e fazermos uma gestão conjunta, tendo em vista a existência de objetivos comuns. Porém, foi me cobrado algo concreto que até hoje prefiro não saber o que seria esse algo concreto. Cumpre salientar que em nenhum momento desses diálogos estava presente o Diego Costa.

Ao meu ver, o que temos que discutir são propostas concretas e viáveis para o bem estar da população, como oferta de educação de qualidade, inclusive potencializar a educação infantil indígena, valorização dos profissionais, apoio à agricultura familiar, saúde de qualidade para toda população, parceria séria com a saúde indígena, apoio ao esporte em todos cantos do município, apoio a cultura, à produção, valorização e comercialização de artesanatos, às ações religiosas, geração de empregos, potencializar o turismo local e o etnoturismo, melhorar as estradas, cuidar da infraestrutura da nossa cidade, dentre outras propostas, para deixá-la linda, sustentável e assim garantir qualidade de vida aos munícipes.

O que ocorre de verdade é que os ditos líderes políticos não suportam o surgimento de novos líderes, fazem de tudo para se perpetuar no poder como representante legal do povo. Em diversos momentos nos colocamos à disposição desses líderes sonhando em dias melhores para todos. E, quando passamos a apresentar proposições, colocamos o nome à disposição e não aceitamos imposições, somos taxados de vaidosos, bem como, culpados pelas perdas de apoios de seus companheiros fiés, declínio da candidatura do líder e agora pela declaração de apoio ao opositor. Digo a todos que em nenhum momento desrespeitei qualquer dos que tive contato, sempre os tratei com urbanidade, lealdade, sinceridade, respeito e jamais subestimei alguém por questão financeira, posição na sociedade, sexo, crença, cor, raça ou qualquer outra denominação.

Queridas e queridos tocantinienses, sempre estive e continuarei aberto para juntos construirmos uma Tocantínia melhor para TODOS. Finalizo com a citação da frase de Chico Alencar: “A Casa Grande surta quando a senzala aprende a ler e se livra dos grilhões da opressão”.

Tocantínia – TO, 06 de agosto de 2024. Dr. Rogério Xerente

*Rogério Xerente é advogado, professor e publica este texto como resposta ao opinativo do morador da cidade, Diego Costa 

NOTA EDITORIAL: O Espaço Opinião do Leitor é opinativo e publica textos de leitores de vários municípios Tocantinenses. O conteúdo do texto não representa a opinião da Gazeta. 

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