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“Organização pode ter transportado toneladas de cocaína”, diz Justiça sobre operação contra o tráfico internacional

Justiça Federal- Cassiano Rolim/TVAnhanguera

A Justiça Federal autorizou uma operação para desarticular um suposto esquema criminoso que, apenas em dois anos, teria transportado mais de nove toneladas de cocaína entre países da América do Sul, Estados Unidos, Europa e África. Na manhã desta quinta-feira (21), a Polícia Federal cumpriu mais de 130 mandados judiciais expedidos pelo juiz federal Pedro Felipe de Oliveira Santos, titular da 4ª Vara Federal de Palmas (TO). A Operação Flak é a maior já realizada no Brasil para combater a logística de transporte de drogas.

Em trechos da decisão, o Juiz Federal aponta que as investigações foram realizadas ao longo de dois anos e que a quantidade de drogas transportada, neste período, representa “uma pequena fração” movimentada pelos investigados. “A organização, por meio dos seus líderes, cooptou pilotos, copilotos, ajudantes, mecânicos, empresários, familiares, entre outros sujeitos, para promover o tráfico internacional de entorpecentes”, completa o magistrado, com base nas investigações. Nos dois anos de investigações, foram identificados 23 voos, sendo que cada um transportou cerca de 400 quilos de cocaína. O custo do frete cobrado pela organização investigada girava em torno de 150 mil dólares, de modo que ela teria sugerido no mínimo cerca de R$ 13 milhões.

Ao todo, foram emitidos 37 mandados de prisão preventiva, 18 de prisão temporária e determinada busca e apreensão em quase 81 localidades diferentes, entre residências e sedes de empresas, além da apreensão de 47 aeronaves. Os mandatos foram cumpridos no Tocantins, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Roraima, Pará, Ceará e Goiás.

A organização, supostamente liderada por João Soares Rocha, chamou a atenção da Justiça por sua complexidade e detalhada divisão de tarefas. Na decisão judicial, o juiz federal Pedro Felipe de Oliveira Santos afirma que foram colhidas evidências consistentes de que o grupo teria forte atuação no Brasil e no exterior, “com ligações diretas e relações comerciais com agentes produtores e com agentes varejistas que também operam tráfico de drogas na Colômbia, na Venezuela, em Honduras, na Guiana, no Suriname, na União Europeia e na África”.

Crimes

 Os acusados poderão responder pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ou custeio para o tráfico transnacional de drogas, atentado contra a segurança do transporte aéreo, ocultação e dissimulação de bens e de valores e por organização criminosa.

Modus Operandi

 Conforme as investigações, a suposta organização agia da seguinte forma: recrutando pilotos e mecânicos; preparando as aeronaves, com revisões mecânicas nos Estados de Goiás, Tocantins e Pará; adulterando as aeronaves para aumentar a autonomia de voo, inserindo mecanismos irregulares de abastecimento adicional; adulterando a pintura original das aeronaves, antes e após os voos; reaproveitando documentação de aeronaves inutilizadas, no intuito de “esquentar” outras aeronaves em condição irregular; omitindo e falsificando planos de voo; e por meio de minuciosas limpezas internas para destruição de possíveis vestígios de drogas.

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