O padre Ricardo Campos Parreiras, de 45 anos, foi preso temporariamente por ser suspeito de estupro contra um jovem em Nova Crixás, no norte de Goiás. Segundo informações do processo judicial, o pároco teria pegado no órgão genital do rapaz e usado droga para dopá-lo. Ricardo tinha mandado de prisão em aberto, que foi cumprido na última quarta-feira, 14, em Goiânia. A juíza Mariana de Queiroz decretou a prisão temporária dele no dia 8 de julho.
Na sentença, a juíza escreveu: “Nota-se a presença dos pressupostos da materialidade do crime e fortíssimos indícios da autoria com relação ao acautelado, considerando as provas acostadas, inclusive depoimento da vítima e do psicólogo que a atendeu”.
E, depoimento, a vítima disse que na época tinha 18 anos. Hoje com 23, o jovem contou à Justiça que demorou para fazer a denúncia porque tinha receio da repercussão do caso. Ele contou que o padre era conhecido de seu avô, que nem desconfiava do suposto crime.
Ricardo foi ordenado em 2021 n diocese de Miracema e estava em Goiânia acompanhando a saúde da mãe, e está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Depoimento
Ainda em seu depoimento, o jovem contou que o estupro aconteceu durante viagem com o avô a trabalho missionário em Nova Crixás. Ele teria conhecido o padre ao chegar à cidade goiana e, assim como seu avô, ficou hospedado na casa do pároco por cinco dias.
“Enquanto estive na casa, ele ficava puxando conversa e tentando se aproximar. Na última noite que dormi no local, ele me chamou na sala quando saí do banho. Achei estranho, porque era de noite, meu avô estava dormindo, mas fui lá conversar com ele”, contou ao G1 Goiás.
A vítima contou que sentou em uma ponta do sofá e o padre na outra, ficando afastados. Durante a conversa, o pároco teria começado a abordar temas sexuais.
“Eu estava incomodado com o assunto. Ele percebeu e me ofereceu um suco de uva. Fiquei na dúvida porque sou bem pé a trás com tudo, mas aceitei. Enfim, era um padre, não desconfiei no momento. Ele colocou alguma droga no suco”, relatou.
Segundo ele, quando a suposta droga começou a fazer efeito, o padre iniciou a aproximação física. O rapaz relata que ele pegou três vezes em seu órgão genital e depois o mandou ir para o quarto, com a ressalva de deixar a porta trancada.
“Só lembro de acordar no outro dia com a calça folgada e todo molhado. Até tranquei a porta, mas acho que ele tinha uma cópia da chave. Nos dias seguintes, senti muita dor. Tenho certeza que fui drogado e estuprado por ele”, relatou.