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Pai e filha se reencontram após 39 anos separados

Filha morava na Bahia e chegou a contratar detetives particulares para encontrar o pai, tido como morto. A partir de ligação, Delegacia de Combinado descobriu paradeiro do genitor. (foto: Divulgação)

“Emocionante”. Assim foi descrita a cena do reencontro protagonizado por pai e filha separados, há quase quatro décadas, pelo delegado titular da Delegacia de Polícia Civil de Combinado, Diego Camargo Mariano de Brito. A reaproximação de Pedro Lopes de Oliveira e Eliete Alves de Oliveira aconteceu na manhã desta sexta-feira, 09, na sede da unidade policial, na região Sudeste do Tocantins, sob aplausos de policiais civis, autoridades e população local.

 

As investigações sobre o paradeiro do genitor foram iniciadas a partir de uma ligação telefônica efetuada pela filha Eliete, residente na cidade baiana de Ibotirama. Segundo ela, o pai poderia residir na região da circunscrição da Delegacia de Combinado. Munidos destes parcos dados, a Polícia Civil iniciou diligências que culminaram na localização de Pedro, em Brasília-DF.

 

Com a informação, a equipe de policiais civis da localidade organizou o reencontro dos familiares na sede da unidade. Pedro deslocou-se de Brasília-DF e Eliete de Ibotirama-BA para Combinado. Os parentes, de família humilde, prepararam-se para o importante momento, marcado por um longo e fraterno abraço, sob muitas lágrimas.

 

Nas palavras do delegado Diego Camargo, o momento foi ímpar em sua atuação profissional e na dos demais policiais civis da equipe lotada em Combinado: “Ficamos uma semana empenhados em descobrir o paradeiro daquele pai desaparecido. Nós, como policiais civis, não apenas combatemos diariamente a criminalidade, mas também estamos preocupados com o bem estar da família, na sua vertente dignidade”, ressaltou.

 

Separação

 

Pedro Lopes de Oliveira teria mantido relação afetiva com a mãe de Eliete Alves de Oliveira no final dos anos de 1970, mas após desentendimentos do casal, a mãe, Euvíria Alves da Silva, deixou a região em que moravam levando a criança, ainda em tenra idade. Desde, então, a genitora impossibilitou o contato entre pai e filha, omitindo registro de seu nascimento para que mantivesse desconhecidas as informações sobre sua origem biológica.

 

Segundo Eliete, a mãe teria começado um novo relacionamento amoroso e sendo, ambos, brancos, e a filha mulata, o sentimento de não pertencimento à família só aumentava. O sonho de reencontrar o pai sempre esteve presente, ainda mais após a mãe abandonar-lhe, chegando ela a contratar detetives particulares para determinação do endereço do genitor, recebendo, contudo, a informação errônea de que ele havia falecido. Eliete seguiu sua intuição, contatou a Polícia Civil no Tocantins, que conseguiu sucesso no feito.

 

A legislação nacional reconhece o estado de filiação como um direito personalíssimo do indivíduo, sem prazo para ser exercido e como instrumento de efetivação do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.

 

 

 

 

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