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Parque dos Povos Indígenas cria um sentimento de reciprocidade entre o índio e o não índio, diz Marcos Terena

O Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado no dia 9 de agosto, foi celebrado em Palmas com a inauguração do Parque dos Povos Indígenas (PPI), um espaço destinado ao resgate da cultura e história desses povos. Índios consagraram o local, que será o maior parque urbano do Brasil, e fizeram um show com apresentações de danças e lançamento de arco e flechas.

 

A cerimônia de consagração batizou o espaço como sagrado, em agradecimento ao grande criador pelo verde, pela natureza e pela vida.  Participaram da consagração representantes das nações Xerente, Carajá, Xambioá, Krahô e Apinajé, além do presidente do Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena, Marcos Terena, e o coordenador dos Jogos dos Povos Indígenas e dos Jogos Tradicionais Indígenas do ITC, Carlos Terena.

Marcos Terena destacou que a inauguração do parque cria um sentimento de reciprocidade entre o índio e o não índio, a fim de gerar uma consciência de brasilidade. “Palmas mostra essa atenção a nossa cultura. Aqui realizamos os primeiros Jogos Mundiais Indígenas. Palmas é a cidade mãe dos Jogos. E com a inauguração desse parque, nós consolidamos uma relação marcante que vai ter desdobramento de reciprocidade e serve até mesmo para que nosso povo possa fazer alguma atividade esportiva aqui.”

 

Responsável pela realização dos Jogos em Palmas, Marcos Terena destacou a importância do parque como um legado do evento realizado em 2015. “Ele resgata a memória dos povos da região dos Tocantins, e isso é interessante porque vai ficar de legado para as pessoas que aqui existem povos indígenas diferenciados, povos originários, povos tradicionais e que isso possa servir de exemplo em outras cidades.”

 

Resgate de origens

O prefeito Carlos Amastha lembrou que no local, um dia o governador da época, Siqueira Campos, planejou à sombra de uma árvore a construção da cidade. “Eu digo que se um dia um homem pensou essa cidade, hoje nós estamos pensando qual será o futuro desse Estado. Palmas merece esse espaço, símbolo dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, como forma de resgate da cultura das nossas origens e compromisso de dar continuidade com a cultura desses povos.”

No final da cerimônia de inauguração, o campeão mundial indígena de arco e flecha nos JMPI de 2015, Luiz Pereira Kurikalá Karajá, arrancou suspiros e aplausos dos presentes com lançamentos precisos de arco e flechas. O indígena Siruem, presidente da Articulação dos Povos Indígenas, também entregou ao prefeito Carlos Amastha a Lança da Amizade, símbolo dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. São duas lanças, uma entregue nos Jogos do Canadá nesse ano e essa ficará em Palmas, cidade sede do primeiro Jogos.

 

Obras em oito etapas

 

A obra do Parque dos Povos Indígenas foi dividida em oito etapas e cada uma delas homenageia as etnias indígenas do Tocantins, sendo que a primeira etapa é uma homenagem a todos os povos do mundo. Todo o parque terá uma extensão 17 quilômetros, cobrindo as áreas verdes dos córregos Sussuapara e Brejo Comprido até o lago, permitindo a formação de um corredor ecológico para tráfego de animais e implantação de diversos equipamentos esportivos e culturais.

 

Essa primeira fase da obra compreendeu a reestruturação da denominada Praça da Árvore, localizada Avenida LO-04 com a NS-04, na quadra ACNE 11. O parque será mais uma opção de lazer e prática esportiva que chega para contemplar a Região Norte e fortalecer uma tendência dos moradores da cidade que, de acordo pesquisa divulgada por reportagem nacional, gosta de praticar atividade física ao ar livre.

 

 O que o parque ganhou agora

Nesta primeira etapa, o local recebeu novo paisagismo e iluminação de LED, pista profissional de skate com 600 m²; duas quadras de areia para vôlei e futevôlei, com arquibancada para 528 pessoas; duas quadras de areia para prática de peteca e badminton; playground, academias ao ar livre, redário, quadra de areia com suporte para a prática de slackline, banheiros, estacionamento, bicicletário, pista de caminhada com 700 metros, ciclovia com cerca de 1300 metros e banheiros públicos.

O espaço abrigará ainda a Feira das Cores, às quintas-feiras e aos sábados, a partir das 17 horas, e aos domingos, a partir das 7 horas. São 30 barracas com mix de produtos naturais e orgânicos, como tapiocas e paçocas, sanduíches naturais, sucos naturais, salgados assados, pães, geladinhos e picolés gourmet, sorvetes, açaí, doces, tortas, bolos, frutas, caldos e pamonhas. No local também tem barracas para venda de animais, tipo pet shop, artesanatos e decoração.

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