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Parte da Venezuela continua sem energia após apagão

Comércio em Caracas fechado durante apagão na Venezuela — Foto: Manaure Quintero/Reuters

A energia elétrica voltou em parte de Caracas, capital da Venezuela, na tarde desta sexta-feira (8), informaram veículos de imprensa venezuelanos favoráveis e contra o regime de Nicolás Maduro. No resto do país, porém, o blecaute continua e já dura quase um dia.

Segundo o canal TV Venezuela Noticias – de oposição a Maduro –, a energia caiu em um bairro do oeste de Caracas após somente alguns minutos depois de voltar.

O governo da Venezuela fechou escolas e dispensou trabalhadores nesta manhã após Caracas e outras grandes cidades acordarem sem eletricidade. O problema que atingiu a principal usina hidrelétrica do país na quinta-feira já deixa parte do país sem energia elétrica.

Passageiros no aeroporto de Simon Bolívar, na Venezuela, aglomeram-se em dia de apagão — Foto: Marco Bello/Reuters

O anúncio da suspensão “das aulas e das jornadas de trabalho” foi feito pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, em sua conta no Twitter.

De acordo com o jornal venezuelano “El Nacional”, inicialmente apenas alguns estados relataram ter sido atingidos pelo problema. Porém, mais tarde, todo o país relatou interrupção no fornecimento de energia elétrica.

No Brasil, o problema de fornecimento de energia atingiu Roraima, que depende de fontes de distribuição venezuelanas. Depois do blecaute de quinta-feira, dois desligamentos na interligação Venezuela-Brasil foram identificados, e Roraima passou a operar com 100% de termelétricas locais.

Blecaute na Venezuela

Pessoas usam celulares durante apagão em Caracas, no dia 7 de março — Foto: Matias Delacroix/AFP

Os primeiros relatos do apagão chegaram na tarde de quinta-feira. Segundo o jornal “El Nacional”, o blecaute afetou todos os estados da Venezuela.

Ainda não está claro o porquê da falta de energia – as agências do setor elétrico da Venezuela respondem ao regime de Nicolás Maduro e, portanto, falam em “sabotagem criminosa e brutal contra o sistema de geração elétrica” na usina de Guri, no estado de Bolívar.

Um engenheiro elétrico ouvido pelo “El Nacional”, porém, nega a possibilidade de uma sabotagem ou invasão hacker ter causado o blecaute. “Demitiram profissionais para contratar partidários políticos, suspenderam planos de manutenção, fizeram compras inconvenientes e desnecessárias, além de desperdiçar recursos”, disse o engenheiro Miguel Lara ao jornal venezuelano.

“Outros aspectos importantes foram o congelamento das tarifas e, assim, a concentração do setor elétrico em uma empresa técnica e economicamente inviável”, avaliou Lara ao “El Nacional”.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, também rechaçou a acusação de sabotagem. “Sabotagem é a corrupção, é não ter permitido eleições, é o bloqueio à entrada de comida e medicamentos”, retrucou, pelo Twitter.

“A única sabotagem é a do usurpador a todo o povo da Venezuela”, finalizou Guaidó.

Fonte: Globo.com
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