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Paulo Mourão repercute na Assembleia Legislativa efeitos da operação Carne Fraca para a economia

O deputado Paulo Mourão (PT) usou a tribuna na sessão vespertina desta terça-feira, dia 21, quando teceu comentários sobre a operação “Carne Fraca” da Polícia Federal, que apura irregularidades em frigoríficos do país. O parlamentar parabenizou a Polícia Federal, uma vez que está descobrindo atos de corrupção, mas lamentou a forma midiática como a operação foi divulgada.

“Este país precisa realmente ser investigado todos os setores da economia, há ranços e vícios insuportáveis do ponto de vista do processo de corrupção. Não só em setores da economia, como em todos os setores públicos, em todas as instituições, é preciso realmente investigar”, defendeu. “Parabenizo sim a Polícia Federal por investigar atos corruptivos, inadmissíveis no processo da industrialização de carnes, mas faço observação sobre a forma espetacular, midiática, que as investigações e o combate à corrupção estão ocorrendo no Brasil. Parece que é mais importante a ação midiática do que o combate à corrupção, sendo que o mais importante é o que a Polícia Federal faz que é investigar, prender”, classificou.

 

Paulo Mourão considerou que “se é uma investigação que ocorre há dois anos já deveria ter punido os culpados, pois eles continuaram praticando os atos que não são admissíveis na economia”, ponderou. O parlamentar avalia que é uma questão interna do Brasil que precisa ser cuidada como os outros países cuidam, acima de tudo de fiscalizar. “Os estados não fiscalizaram  e o Ministério da Agricultura que não teve competência para fiscalizar a produção de carnes é coparticipante da corrupção”, declarou.

 

Paulo Mourão considera que as investigações trouxeram uma desesperança muito grande à sociedade, causando um transtorno jurídico, institucional e financeiro ao Brasil. “Nenhum país no mundo passou por um processo de tamanha investigação e turbulência política e econômica como Brasil”, avaliou.

 

O parlamenta considerou ainda que há uma manobra feita pela agressividade do processo capitalista do mundo que não querem que o Brasil ocupe seu espaço de grande nação produtora. “O Brasil é o maior exportador de carnes do mundo, bovina e frango, o nosso concorrente principal que são os Estados Unidos querem assumir o que o Brasil pode deixar de vender”, destacou.

 

Paulo Mourão ressaltou que o Brasil é o maior exportador de soja do mundo, um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo, um dos maiores exportadores de máquinas do mundo e um dos maiores exportadores de petróleo.  Conforme explicou o parlamentar, a carne produzida no Brasil tem um dos maiores valores agregados na exportação brasileira. “Em 2016, o Brasil exportou R$ 42 bilhões só em carnes, são US$ 14 bilhões”, listou.

 

“Enquanto o valor agregado da soja é de US$ 378 por tonelada, do minério de ferro US$ 41 a tonelada e da carne de US$ 2.121 a tonelada. Então quando é industrializada a carne representa várias vezes o valor do minério de ferro”, comparou.

 

Mourão acredita que os estados produtores de carne e soja precisam se organizar para defender seus mercados a fim de que não ocorra o que aconteceu com o café. “Em 1939 dizimaram o café do Brasil, nós não conseguimos retomar essa condição”, lembrou. Conforme o parlamentar, “países como Colômbia, Bolívia, Chile e até Europa compram o nosso café, industrializam e vendem como se fosse produzido lá e o café é brasileiro”, alertou. “Nunca mais o Brasil conseguiu deter sua dominância de mercado sobre o café”, afirmou.

 

Paulo Mourão avalia como muito sério o que está acontecendo no Brasil. “Ou o governo e as instituições criam um pacto de estabilizar o Brasil, de forma jurídico-constitucional, política, econômica e financeira, ou nós não sabemos que fim se dará a esta grande nação, porque há um processo de desesperança, de quebra de felicidade”, lastimou.

 

IDH sem avanço

 

Finalizando o discurso, o parlamentar citou os dados do Programa das Nações Unidos para o Desenvolvimento (PNUD), sobre o índice de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, divulgado na terça-feira, dia 21. “O Brasil este ano de 2016 ficou estabilizado, não avançou, em 10 anos é o primeiro ano que o Brasil não avança na conquista de melhores índices de desenvolvimento humano, mas alcançamos um índice que é vergonhoso. Nós hoje somos 10º país em desigualdades sociais, voltou a pobreza voltou a fome, voltou o desemprego e voltou a exclusão social”, lamentou. “Se este país não se reorganizar, cuidar dos brasileiros e os brasileiros cuidarem do Brasil, e acima de tudo a classe política respeitar mais o Brasil nós teremos mais dias infelizes e teremos o que país nenhum deseja que é uma ruptura institucional”, avaliou. “Cuidemos nós do nosso Brasil, cuidemos melhor do nosso povo”, finalizou.

Fonte: Assessoria de comunicação

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