Os abelissaurídeos estão entre os maiores predadores da América do Sul, predominantemente na Argentina, que concentra o maior número de espécies. Eles viveram entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás. Em grau de comparação, são na América do Sul o que o tiranossauro representa para o hemisfério Norte.
“No Brasil, essa é a quarta espécie descrita que está sendo apresentada ao público”, diz a paleontóloga e coordenadora do museu, Sandra Tavares.
Ioro afirma que as espécies carnívoras não são encontradas com muita facilidade.
“Os dinossauros carnívoros são bem raros. Tem pescoçudos descritos, mas esses terópodes, como é o caso do Kurupi, são muito raros. Então a alegria é imensa de achar um bicho dessa importância.”
Fóssil preparado e apresentado
Após todo o processo de retirada, concluído em 2014, os fósseis começaram a ser preparados para ficarem expostos no Museu de Paleontologia.
Uma das responsáveis por essa preparação é a paleontóloga Sandra Tavares. O intervalo de tempo entre a descoberta e a apresentação se dá por causa do trabalho minucioso de separação dos ossos das rochas em que eles estavam.
“A preparação do fóssil é uma das partes do estudo mais demorada. (…) Nesse tempo [de escavação], fomos preparando esse material em laboratório. O que acontece é que a rocha em que os fósseis estavam preservados é uma rocha muito dura, difícil de ser preparada. No campo nós utilizamos equipamentos de alto impacto: britadeira, marretas, ponteiros grandes; no laboratório, não. Já é feita a parte mais cautelosa, com ponteiros pequenos, martelos pequenos, canetas pneumáticas. É um trabalho bem demorado. “
Por causa da pandemia de Covid-19, o museu continua fechado para a visitação, mas imagens do dinossauro podem ser conferidas nas redes sociais da Prefeitura.