PM alega que homem ameaçou contagiar policiais com HIV antes das agressões em Tocantinópolis
Redação Gazeta do Cerrado
Foto – Reprodução
Lucas Eurilio
Após um vídeo onde policiais militares aparecem agredindo um homem, em Tocantinópolis, no Bico do Papagaio, a PM se posicionou sobre o caso.
Em uma nota encaminhado à nossa equipe na tarde desta quarta-feira, 21, a polícia afirmou que o suspeito tentou morder os militares e fez ameaça de contagia-los com o vírus do HIV.
Disse também que usou a força porque a PM já havia emitido sons e luzes para solicitar que o homem parasse o carro. (Veja a nota na íntegra no final da reportagem).
O caso foi registrado por volta das 10h40, na Avenida Nossa Senhora de Fátima.
Entenda o caso
Tocantinópolis, na região do Bico do Papagaio, foi palco de uma cena lamentável envolvendo agentes da Polícia Militar do Tocantins (PM-TO).
Um vídeo que viralizou na internet nesta quarta-feira, 21, mostra uma abordagem dos PMs a um homem.
Na gravação é possível ver que um carro estaciona, dois policiais se aproximam, um dos PMs parece dar um soco e assim que um homem sai do carro, leva dois golpes na cabeça. Ele não oferece resistência e aparentemente não está armado.
Na sequência, o homem cai no chão e um dos agentes de segurança pública dá um chute no rosto dele, a vítima cai no asfalto, é algemada e leva outro chute. Não é possível ver se dentro do veículo havia alguma outra pessoa. (Veja o vídeo no final da reportagem).
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Um morador da cidade chegou a postar o vídeo em seu perfil no Twitter e questou a PM sobre esse tipo de aboardagem.
O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (TO), Cristian T. Ribas, analisou o vídeo e foi taxativo. Ele afirma que violência só é justificada caso haja resistência ou perigo à vida dos agentes.
“Apesar da força policial ser permitida em alguns casos, ela só se justifica se houver resistência e perigo a integridade física dos agentes, não havendo, não é justificada, e mesmo justificada, precisa se dar de forma progressiva, não havendo outra forma de conter o suspeito. Aparentemente o protocolo de uso progressivo da força não foi escalonado corretamente”, disse Ribas.
Nossa equipe entrou em contato com a Polícia Militar (PM), mas até o fechamento desta reportagem a Corporação não havia se manifestado sobre o caso.
A Gazeta do Cerrado ressalta que o espaço está aberto, caso haja interesse da PM em se posicionar sobre o assunto.
Outro caso
Esta não é a primeira vez que um caso de violência policial é registrada no estado. Em junho deste ano, um homem resistiu à prisão no estacionamento de banco em Araguaína, região norte do Tocantins.
Na época, as imagens também foram divulgadas na internet e o homem acabou sendo preso por desobediência, resistência, lesão corporal, tendo ferido PMs.
Na manhã de hoje, 21, por volta das 10h40, a equipe avistou o indivíduo e tentou abordá-lo, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, utilizando de sinais sonoros e luminosos, no entanto, o suspeito saiu em disparada pela via movimentada, não obedecendo à ordem de parada, causando risco iminente aos condutores e transeuntes.
A Guarnição acompanhou o veículo e após diversas manobras o veículo finalmente parou. Durante a abordagem o suspeito negou-se a descer do veículo e os policiais tiveram que utilizar do uso de força proporcional para que o homem saísse do automóvel.
Neste momento, o suspeito tentou morder os militares e em uma tentativa de ameaça de contágio, informou ser portador do vírus HIV. Os policiais o contiveram e o algemaram.
Durante uma busca veicular, os policiais localizaram, debaixo do banco do passageiro, uma embalagem contendo aproximadamente 56 gramas de uma substância análoga à maconha. O autor foi conduzido à Central de Flagrantes onde foi apresentado, juntamente com o entorpecente. O suspeito não possuía CNH, e o veículo não estava de acordo com o CTB, por isso foi conduzido e retido no pátio da 5ª CIPM.
A Polícia Militar informa ainda que no último sábado, dia 17, o autor, após fazer uso de bebida alcoólica, em um balneário da cidade, agrediu um frequentador do balneário, causando-lhes lesões pelo corpo. A Polícia Militar compareceu ao local, efetuou a prisão do acusado onde foi instaurado um Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO.
Vale lembrar que a Polícia Militar não compactua com qualquer tipo de desvio de conduta ou cometimento de excessos por parte de seus policiais e está apurando a conduta dos militares.
