A tragédia do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, entre Tocantins e Maranhão, gerou atritos políticos entre a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), e o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). A troca de acusações começou após Cinthia criticar uma postagem do governador nas redes sociais, onde ele aparecia comendo peixe após um dia de visitas à região da tragédia.
Crítica de Cinthia
A prefeita usou seu perfil no X (antigo Twitter) para alfinetar o governador: “Quando a gente acha que a dor não pode ser maior, eis que surge um ‘estadista’ solidário e empático c/ as vítimas da tragédia. Decreta 3 dias de luto oficial, volta p/ sua confortável rede p/ descansar, comer um peixinho frito e postar no Instagram. Afinal, o sofrimento é alheio.”
Resposta de Wanderlei
O governador reagiu à fala da prefeita durante o programa O Povo na TV, do SBT, afirmando que sua postagem foi descontextualizada e justificando o momento registrado. “Eu tirei uma foto comendo um peixe que um amigo fez e achei interessante. Fiz a postagem, não com falta de respeito às vítimas ou ao povo do Tocantins. Eu trabalho todos os dias. Cheguei de lá à noite. Jantar, eu janto todo dia, postando ou não.”
Wanderlei ainda ironizou as críticas e devolveu acusações à prefeita: “Me surpreende que a prefeita, que polemizou a respeito disso, esteja faltando com respeito a mais de 300 mil palmenses ao deixar de fazer a coleta de lixo, ao tentar tomar dinheiro das escolas para fechar o ano, ao deixar de realizar o réveillon e o Natal. Ela se apega a um prato de comida meu após um dia de trabalho e tristeza.”
Entenda
O desabamento ocorreu no último domingo, 22, por volta das 14h50, quando o vão central da ponte cedeu. Vídeos registraram o momento do colapso enquanto veículos passavam pela estrutura. Quatro caminhões caíram no rio, incluindo dois que transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro carregado com 22 mil litros de defensivos agrícolas.
Por conta da toxicidade dos materiais, as buscas submersas foram suspensas temporariamente. Amostras de água foram recolhidas por órgãos ambientais federais para avaliar o impacto, e o Ministério Público Federal (MPF) investiga possíveis danos ao meio ambiente.