Arquitetura e decoração, quando aliadas à função, criam soluções práticas. E com apartamentos cada vez menores, esta é uma estratégia que precisa ser colocada em prática em todos os ambientes, incluindo a cozinha. Neste caso, a dificuldade é dobrada com a necessidade de conciliar as complexidades do espaço, que vão desde a parte elétrica e hidráulica à marcenaria, passando pela escolha dos eletrodomésticos. Pensando nisso, reunimos a seguir alguns tópicos importantes na hora de planejar uma cozinha pequena.
1. Planejamento
Antes de sair comprando móveis e eletrodomésticos, é preciso ter em mente que a margem de erro é proporcional ao ambiente. Ou seja, 5 cm fazem toda a diferença em pouco espaço. “Por isso, planejamento é o caminho para uma cozinha funcional, bonita e com boa circulação, fugindo de surpresas desagradáveis. Comece por compatibilizar as partes de elétrica, marmoraria, marcenaria, alvenaria e a pintura. Conciliar essas diversas instalações é fundamental”, destaca a arquiteta Isadora Araujo, do Panapaná Estúdio de Projetos.
2. Eletrodomésticos
Muita gente não sabe, mas os eletros devem ser escolhidos no momento em que se está planejando a cozinha. “É preciso definir junto com os moradores o que eles desejam ter e o que não será necessário. Por exemplo, será fogão ou cooktop? Precisa de lava-louças? Essas decisões interferem diretamente no projeto”, explica a arquiteta Elisa Ju.
Se a cozinha é pequena, não adianta comprar eletrodomésticos grandes ou muito sofisticados. Para deixar o ambiente o mais equilibrado, proporcional e coerente possível, é necessário controlar as expectativas. “Uma cozinha extremamente compacta, geralmente, estará em um imóvel projetado para 1 ou 2 pessoas. Portanto, não comporta bem uma geladeira com tamanho para abastecimento de uma família de quatro pessoas”, constata Isadora. Já existem também eletrodomésticos fabricados com medidas especiais – mais estreitas, altas e profundas.
3. Marcenaria planejada
Mobiliário solto pode tornar o layout mais flexível, mas em ambientes menores é recomendado o uso de marcenaria sob medida. “Cada cantinho tem potencial nesse tipo de ambiente com medidas reduzidas e os móveis provam essa equação. O ideal é optar por armários e gavetas bem estruturados, que não demandem muito espaço e espessura”, afirma Isadora. Seja de MDF ou madeira, as proporções devem ser respeitadas, com tamanhos coerentes que se encaixem no projeto.
A altura dos moradores é outro ponto a se levar em consideração. Afinal, não adiantará posicionar os armários ou prateleiras altos ou baixos demais, dificultando seu acesso. “O estudo preliminar deverá trazer todas as peculiaridades do projeto, sobretudo em um ambiente complexo como a cozinha. Sendo um cômodo muito frequentado por todos os proprietários, o conforto e a praticidade são as palavras de ordem de cada decisão”, explica a profissional.
4. Bancada
Na hora de projetar a bancada, é preciso levar em consideração os pontos de saída de água disponibilizados pela construtora, caso seja necessário deslocá-los para trabalhar os alimentos de maneira mais ergonômica. “A bancada deve ter um tamanho suficiente para preparar uma receita e montar um prato. Também precisa ter uma altura agradável para quem cozinha ter uma postura adequada”, destaca a arquiteta Karina Korn.
Quanto ao material, é preciso estar atento, pois vários revestimentos não são adequados para áreas molhadas. “Os mármores, por exemplo, não são indicados por serem porosos. O ideal é consultar um arquiteto ou mesmo os vendedores das lojas de construção para escolher o material mais adequado”, explica a arquiteta Elisa Ju. As tonalidades neutras costumam ser indicadas para uma sensação de amplitude, mas o gosto do morador prevalece.
Outra dica com relação à bancada em cozinhas pequenas é que ela seja usada para favorecer a integração. “Se a cozinha está ao lado da lavanderia, vale criar uma bancada contínua para ampliar os ambientes. Uma porta de correr ou divisória permite que os espaços sejam separados quando necessário”, afirma Elisa Ju. Os móveis multifunções são outra opção interessante, a exemplo de uma mesa como extensão da bancada.
5. Revestimentos
Se as cores são uma questão de gosto pessoal, os revestimentos precisam ser práticos e de fácil manutenção. “Procuramos especificar aqueles que sejam fáceis de higienizar, principalmente próximos ao fogão, por conta da gordura. Também evitamos revestimentos com muita textura, reentrâncias ou porosidade, em função do acúmulo de sujeira e gorduras”, explica Isadora
6. Iluminação
O principal foco da iluminação deve ser o espaço de preparo dos alimentos, que geralmente está locado nas áreas secas das bancadas, sem esquecer do fogão, é claro. “Pode ser necessário utilizar mais de um tipo de iluminação, como uma central e outra direcionada, por exemplo, dependendo dos sombreamentos causados pelos elementos suspensos”, afirma Isadora. Uma opção é utilizar a fita de LED na parte superior da bancada.
fonte: Revista Casa e jardim