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Porque Antônio Andrade? Os bastidores da quase unanimidade no comando do Legislativo tocantinense

Deputados pedem bis de Antonio Andrade no comando da AL


No dia sete de julho deste ano os deputados estaduais vão reeleger com facilidade o atual presidente Antônio Andrade para o comando do poder Legislativo do Tocantins. Apenas dois deputados estaduais ainda não declararam em quem vai votar: Luana Ribeiro e Junior Geo.

Mas como Antônio Andrade parte para uma reeleição tão confortável? A Gazeta ouviu vários deputados estaduais sobre esse clima eleitoral e constatou que de fato a união em torno de Andrade é por um sentimento de satisfação pessoal dos parlamentares.

Não mudou apenas de Toinho Andrade para Antônio Andrade… saltou do rótulo de “candidato do Palácio” na última eleição para o nome defendido abertamente por maioria dos parlamentares nessa de agora. O primeiro elemento foi a interação e disposição para os colegas. Muitas vezes em algumas entrevistas e eventos vi deputados entrando livremente na sala do presidente e ele fazia questão de fazer um intervalo e atender prontamente. “Não é arrogante e sabe respeitar a particularidade de cada um de nós”, resumiu um parlamentar.

Na Casa, a divisão da indicação dos cargos numa “gestão compartilhada” foi outro fator. Antônio Andrade teve até que rever nomeações que aceitou de deputados como um ex-prefeito numa das Diretoria de Comunicação, por exemplo, mas assumiu o risco e reparou o que foi necessário.

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Outro aspecto: proximidade mas não submissão.Andrade preza por uma relação boa mas também se coloca nos bastidores.

O clima pro-Palácio dentre maioria dos deputados acabou colaborando para a aceitação de Antônio dentre maioria dos colegas. Ele virou elo dentre eles e a gestão Carlesse. Em plenário muitos deputados chegaram a reclamar de vez em quando do pagamento de emendas e Andrade engrossava o coro se comprometendo a tratar o assunto com o governo.

Em eventos oficiais, como as audiências do PPA, por exemplo, sempre que presente Antônio Andrade falava em nome do Legislativo e não apenas como deputado individual, outro fator que agradou os colegas. Ele não colocou o ego político, como alguns ex presidentes, acima da imagem da Casa, segundo os colegas.

Os deputados aprovam também a produtividade da gestão interna atual com os números da Escola de Legislativo, por exemplo, uma ação que foi fortalecida na atual gestão com formação de centenas de tocantinenses. A Casa também teve mudanças estruturais internas: novo prédio, segurança na entrada e outros aspectos.

Em plenário também os números mostram que o número de projetos aprovados aumentou com relação aos outros anos também num esforço de Antônio Andrade de priorizar as votações e sem frescura para eventualmente cobrar presença dos colegas para as votações. Quando as matérias eram polêmicas ele usava sua proximidade com a gestão para garantir a ida dos secretários para tirarem as dúvidas e esclarecerem os questionamentos.

Antônio Andrade popularizou também a presidência. Viajou muito pelos municípios interagindo com os líderes que puderam ficar mais próximos de um presidente da Casa de Leis.

Mesmo com a quase unanimidade, Antônio Andrade tem desafios para os próximos dois anos, o principal deles: o equilíbrio na relação com o governo. Ser parceiro sem o Legislativo ser considerado uma extensão do Palácio. Ajudar mas preservando a autonomia do Legislativo para que se evite, por exemplo, o não repasse integral do duodécimo o que acarreta na inviabilização de alguns pagamentos de fornecedores, incluindo a comunicação, por exemplo.

Outro fator: o gerenciamento de crise precisa ser exercício permanente e a Covid mostrou isso. A Casa teve vários casos e teve que reagir com outras medidas além das tomadas.

Escada política

A segunda presidência  de Antônio Andrade é mais um degrau da escada Política o credenciando para voos mais altos nas eleições de 2022.

Ele já disse em entrevista á Gazeta que tem o sonho de governar o Tocantins, planos políticos ousados e legítimo para alguém de sua trajetória, vai depender do cenário nos próximos anos. O governo tem o vice-governador, Wanderlei Barbosa na fila da sucessão mas muita água ainda vai passar por debaixo desta ponte e o apoio amplo dos deputados será decisivo nesta hora.

O legislativo tocantinense, apelidado de Casa do Povo, tem o papel de manter a conexão com as regiões do Tocantins através do atendimento às demandas, da transparência dos atos  e ser  porta voz dos cidadãos.

O Legislativo não pode jamais se permitir se disassociar dos problemas do Estado e para isso a visão de um líder na presidência é fundamental.

Embora seja uma “casa política” tem que pautar sempre mais soluções do que  a própria política em si. Que venham mais dois anos nestes propósitos tendo os tocantinenses como razão central.

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