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“Primeiros Jogos Indígenas Xerentes” resgatam a cultura pela força da juventude

1º Jogos Indígenas Xerente - Concurso de Beleza Indígena - Akwê Xerente (Aldeia Funil) - Foto: @MarcoJacobBrasil

Por Marco Jacob

Correr com uma tora (pedaço do tronco de uma árvore) pesada no ombro (das mulheres entre 30 e 50 kg e dos homens pode chegar até 120kg), atirar com arco e flecha, puxar um cabo com força e ainda poder utilizar adornos ancestrais e tradicionais e mostrar para a comunidade, pode manifestar um treinamento ou uma associação subjetiva de carregar um tronco para construir uma casa, caçar para se alimentar, puxar com a corda para levantar objetos ou mesmo a caça abatida e mostrar os artesanatos, para que possam ser comercializados, trocados ou mesmo como um adorno que exalte a beleza de um guerreiro e uma guerreira.

1º Jogos Indígenas Xerente – Cabo de Força – Akwê Xerente (Aldeia Funil) – Foto: @MarcoJacobBrasil

A Cultura e suas expressões e formas de manifestação é o que pude ver nestes dias dos oficiais primeiros Jogos Indígenas Xerentes, pois em 2021 houve um em forma de apresentação, ou preparo para este que ficou maior, mais organizado e com mais aldeias participando.

1º Jogos Indígenas Xerente – Corrida de Taquara – Akwê Xerente – Foto: @MarcoJacobBrasil

Os jogos tiveram a abertura na sexta, 8, com apresentação de cada esporte que seriam competidos nos jogos e com a chama “Akwê Xerente” acesa aos moldes da chama olímpica, mas romantizada e em equilíbrio entre o jovem e os anciões, entre homem e mulher, ou guerreiro e guerreira, competidor e competidora.

O encerramento foi na noite de terça, 12, com um concurso de beleza indígena, ressaltando e valorizando os adornos e indumentárias da própria cultura Akwê Xerente.

1º Jogos Indígenas Xerente – Competição de Arco e Flecha – Akwê Xerente (Aldeia Funil) – Foto: @MarcoJacobBrasil

Linda a cerimônia de abertura. Confira aqui algumas imagens que mostram como foi:

Os Jogos Indígenas foram organizados por um grupo de jovens coordenados pelo Romário Xerente que se destacou como uma liderança capaz de envolver os jovens e manter a cultura como uma chama viva nas mentes e nos corações dos participantes, dos espectadores e da própria equipe de organização:

1º Jogos Indígenas Xerente – Parte da Comissão Organizadora – Akwê Xerente (Aldeia Funil) – Foto: @MarcoJacobBrasil

Sábado pela manhã, as competições tiveram início com a disputa de Arco e Flecha, com as provas classificatórias, a tarde segui a corrida de toras e a noite o cabo de força, ou cabo de guerra.

Devido a um falecimento de um jovem indígena, as competições foram interrompidas, domingo e segunda e retomado nesta terça, 12, com a final de todos os esportes:

Modalidades

– Arco e Flecha

 

– Corrida de Taquara (semelhante a corrida de revezamento olímpica)

 

– Corrida de Tora

 

– Cabo de força

 

– Desfile Cultural – indígena melhor caracterizado (entre os fatores culturais, expressão, adornos, objetos indígenas)

 

Todos tiveram premiações e o valor de 12 (doze) reais para competir.

As premiações variavam de 250 reais para o segundo lugar à 600 reais para a equipe dos esportes coletivos.

Confira a lista de ganhadores:

Arco e Flecha Feminino
1° Andréa Brudi
2° Betiza Sekwahi

 

Arco e Flecha masculino
1° Denilson Krãnipi
2° Diogo Waine

 

Cabo de força masculino
1° Aroeira
2° Os guerreiros

 

Cabo de força feminino
1° Pikõi Niptê
2° Brejo do Ouro

 

Corrida de Tora masculino
1° Sakrêpra
2° Atlético Kuiwdê

 

Corrida de Tora feminino
1° Sakrêpra
2° Siptumã

 

Corrida de Taquara masculino
1 ° Atlético Wapte
2° Grupo Jovens Wapte Sakrêpra

 

Corrida de Taquara feminino
1° Sipnãimnõ
2° Grupo jovens Wapte Sakrêpra

 

Desfile cultural masculino

1°Arlielson Srêwasa
2°Wilson Ktēmrã

Desfile cultural feminino
1° Sikupti Xerente
2° Silvana Sibâdi

 

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