A prisão do ex governador Mauro Carlesse na manhã deste domingo, 15, movimenta os bastidores políticos em pleno domingo e final de dezembro. A prisão mostra que investigações estão em curso sobre a gestão passada e novos capítulos devem vir á tona.
Carlesse foi detido na Fazenda Joia Rara, de sua propriedade, localizada no município de São Salvador, próximo a Peixe, no sul do Tocantins. A ordem judicial foi motivada por indícios de um possível plano de fuga para o exterior.
A defesa do ex-governador informou que está a caminho de Gurupi para ter acesso ao mandado e ao conteúdo da decisão.
Como o caso está em sigilo judicial, o teor da investigação não foi divulgado pelo órgão ministerial.
Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas e cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO).
Carlesse teve como sua última movimentação política o ensaio para uma candidatura ao Senado em 2022 mas desistiu antes mesmo da disputa. Daí pra frente ele vivia nas suas fazendas e as vezes era visto em agendas familiares pelo shopping ou outros locais.
Nas suas redes por vezes postava o dia a dia nas suas fazendas, a pescaria e na última semana chegou a gravar um vídeo dizendo que faria o “polêmico” frango na melancia, receita que quando ele era governador viralizou nas redes.
Claudinei também
Além da prisão de Mauro Carlesse, foi expedido outro mandado contra o ex-secretário Claudinei Quaresemin, também investigado por envolvimento em esquema de corrupção.
O ex secretário foi alvo de uma operação esta semana em outro Estado por suspeita de corrupção em licitações.
Carlesse
Mauro Carlesse assumiu o Poder Executivo do Tocantins em 2018. Ele era presidente da Assembleia Legislativa e acabou na cadeira de governador porque Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), então governador e vice, foram cassados por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, após condenação por uso de caixa dois na campanha eleitoral de 2014.
Carlesse assumiu o mandato de forma interina e conseguiu se manter no cargo em uma eleição suplementar e depois novamente na eleição geral de 2018.
Ele ficou no cargo até outubro de 2021 quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça por suspeita de corrupção. Na época, a Polícia Federal apontou que Carlesse estava envolvido em um esquema de recebimento de propinas e também interferência política na Polícia Civil.
Ele renunciou o cargo antes da votação pelo impeachment na Assembleia Legislativa.Com a renúncia, Wanderlei Barbosa (Republicanos), seu vice, assumiu o cargo.
Neste ano, Carlesse teve seu nome envolvido em investigação sobre crimes de fraudes em licitações na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado do Tocantins, ocorridas no ano que assumiu o governo. Foram cumpridos mandados de prisão nos endereços do político e houve inclusive a apreensão de um veículo de luxo.
O outro lado
O espaço está aberto para as alegações da defesa de Mauro Carlesse.