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Produtores audiovisuais apresentam carta com sugestões para aplicação dos recursos da Lei Aldir Blanc

Produtores audiovisuais apresentaram nesta segunda-feira, 20, uma carta proposta para a aplicação de recursos advindos da Lei de Emergência Cultural n° 14.017/2020, mais conhecida como Lei Aldir Blanc, para a Fundação Cultural de Palmas (FCP), em reunião virtual com o Presidente da Fundação, Giovanni Assis. Participaram do encontro virtual representantes das principais produtoras audiovisuais tocantinenses e profissionais da área.

 

De acordo com o presidente da Associação Tocantinense de Cinema e Vídeo (ATCV) e produtor audiovisual, Hélio Brito, o objetivo do encontro foi apresentar a demanda do setor audiovisual, que possui particularidades que o difere dos demais setores da cultura. “O audiovisual é um setor que emprega profissionais de diversas outras áreas como do Teatro, da Literatura, da Música, e, por isso, deve ser entendido dentro da sua complexidade”, afirma o produtor.  

A produtora audiovisual Eva Pereira enfatizou a importância da proposta apresentada, que foi construída não apenas por uma pessoa, mas por toda a classe de profissionais do audiovisual e possui um formato que atende melhor às necessidades da vasta cadeia do audiovisual. “Foi uma proposta construída em conjunto e atende a toda a classe. O audiovisual possui vários setores e não somente a produção. Não apenas produzimos filmes, nós desenvolvemos roteiros, produzimos festivais, damos cursos de formação, fazemos distribuição e exibição. Nossa cadeia é grande e complexa, e todas as áreas devem ser contempladas”, explica Eva Pereira ao mencionar que os editais, na sua maioria, são voltados para a produção de curtas, médias ou longa metragens com valores que, em geral, não contemplam todas as etapas.

Em sua participação, o presidente da Fundação Cultural, Giovanni Assis, agradeceu a carta e afirmou que está à disposição do setor para ouvir as necessidade apresentadas. “Estou recebendo propostas dos diversos setores da Cultura e acredito que é importante abrir o diálogo para que sejamos justos na aplicação dos recursos que virão pela Lei Aldir Blanc”, afirmou Giovanni Assis. 

Os produtores audiovisuais aproveitaram a oportunidade para mostrar dados sobre o crescimento do setor nos últimos 5 anos. Os projetos tocantinenses, vencedores de editais nacionais, trouxeram para serem gastos no Tocantins um total de aproximadamente R$ 13 milhões de reais, para a produção de filmes e séries, tanto de documentário quanto ficção, que foram ou ainda serão exibidos em todo o Brasil. A produtora Kécia Ferreira afirma que investir no setor audiovisual é estratégico para o Estado. “Tanto a Prefeitura quanto o Estado se beneficiam de diversas formas com um produto audiovisual, seja ele um filme, uma série, ou um festival. Além de empregar profissionais de diferentes áreas, do músico ao marceneiro, do diretor de arte à costureira, estimula o setor hoteleiro e gastronômico, divulga a região e ainda cria destinos turísticos, como é o caso do Jalapão. Ou seja, o audiovisual é capaz de movimentar e impactar positivamente diversos setores, como o Turismo, por exemplo. Isso tudo além do próprio produto audiovisual, que pode ser exibido no Brasil e mundo afora”, lembrou a produtora.

A candidata a representante do setor audiovisual no Conselho de Políticas Culturais do Tocantins, Thuanny Vieira, ressalta a receptividade da Fundação Cultural de Palmas no agendamento do encontro com os produtores audiovisuais. “A Fundação Cultural de Palmas se destaca dos entes públicos por manter um diálogo aberto com a classe artística. Sempre fomos ouvidos pelo próprio Presidente, que faz questão de nos atender, mesmo que a reunião extrapole o horário comercial. Não só nos atendeu como trouxe sua equipe técnica para discutirmos aprofundadamente sobre questões técnicas. O diálogo realmente acontece”, enfatizou Thuanny. 

Sobre os próximos passos, Hélio Brito afirmou que a ATCV irá buscar o diálogo com o Governo do Estado para também apresentar uma proposta do setor audiovisual na aplicação da Lei Aldir Blanc no âmbito estadual. “Esperamos ter a mesma receptividade que tivemos com a Fundação Cultural de Palmas, e que sejamos atendidos o quanto antes, pois a previsão é de que a verba de 3 bilhões de reais será repassada a estados e municípios a partir do dia 6 de agosto”, concluiu o presidente da ATCV.

Sobre o Audiovisual Tocantinense

O audiovisual é o setor da arte da magia, do encanto, do fascínio. A área que aquece fortemente a economia do país transformando sonhos em realidade. A arte que abraça todas as artes. 

Nos últimos 5 anos, foram R$ 13 milhões de reais (sendo 3 milhões em fase de contratação pelo edital de TVs Públicas 2018) em projetos do Tocantins contemplados nacionalmente, com seus produtos realizados no Estado, gerando emprego, renda e aquecendo economicamente o nosso Tocantins.

O Estado deixou de só emprestar suas belezas para grandes produções, para se colocar também como um pólo produtor, mesmo seus realizadores enfrentando todas as adversidades de um estágio ainda incipiente e que precisa muito do fomento dos entes locais para se fortalecer.

Séries foram exibidas nacionalmente, longas se cruzando em etapas de produção, produtos já inscritos em festivais internacionais…é o Audiovisual Tocantinense presente, ativo e resistente.

Sobre a Lei Aldir Blanc

A Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, sancionada pela Presidência da República no dia 29 de maio deste ano, prevê um repasse de R$ 3 bilhões para os estados e municípios. Do montante, estima-se que R$ 2,4  milhões sejam repassados para a Prefeitura de Palmas.

O auxílio emergencial destina-se aos profissionais e organizações culturais que perderam renda em razão da pandemia do novo coronavírus. Com a crise, os eventos culturais foram paralisados e o setor foi afetado economicamente.

Os recursos serão aplicados em três linhas de ação. Na primeira linha, o trabalhador da cultura terá direito a três parcelas mensais de R$ 600. Até duas pessoas por família. Mãe solteira tem direito a R$ 1.200. A segunda linha irá beneficiar espaços culturais e micro e pequenas empresas culturais com atividades interrompidas, que terão direito a auxílio de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Na terceira linha, os recursos serão direcionados para o desenvolvimento de editais, chamamentos, prêmios e outros mecanismos de transferência de recursos. O nome da Lei foi em homenagem ao cantor Aldir Blanc que morreu com Covid-19.

Fonte: Associação Tocantinense de Cinema e Vídeo (ATCV)

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