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Produtores do Tocantins, Goiás e Piauí começam a colheita do algodão

Por Antonio Neves

Os trabalhos de colheita estão intensificados e devem se estender até o final deste mês

No que depender de matéria prima, a indústria têxtil, principalmente para o vestuário a partir do algodão está garantida. Os produtores dos estados de Goiás, Tocantins e Piauí iniciaram a colheita nas últimas semanas, com grandes volumes, resultados das chuvas que caíram na medida certa, durante o processo de desenvolvimento da lavoura. O bom tempo rendeu boa produtividade e fibras de qualidade à altura do mercado cada vez mais exigente.

Os trabalhos dos cotonicultores de Goiás, Tocantins e Piauí se intensificaram nesta semana e devem seguir até o final deste mês, após um ciclo de cultivo de 180 dias. A expectativa, na safra 2021/2022, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), é de aproximadamente 2,41 milhões de toneladas de pluma. Se confirmada a previsão, o número corresponderá a um recuo de 20% em relação ao ciclo da última safra 2019/2020.

Outro fator observado pela Abrapa, é que a área plantada foi de 17% menor de 1,35 milhões de hectares, em consequência disso, a produtividade deverá cair 2% na mesma base comparada, para 1,794 Kg por hectare de pluma. Os números não desanimam os investidores, só uma fazenda em Chapadão do Céu (GO), destinou uma área para o cultivo de algodão de 1.650 hectares para safra verão e 300 hectares para safrinha.

Produção no Tocantins

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que no Tocantins, a área destinada ao cultivo do algodão é de 7.140 hectares com uma média de produtividade de 3.801kg por hectare. A colheita no Estado começou no início de julho e deve se estender até agosto. Os municípios de Dianópolis, Mateiros e Campos Lindos somam juntos, 6 mil hectares, acompanhados pelos municípios de Tocantínia, com 800 hectares e Peixe, com 340 hectares.

Com 2.000 hectares, o município de Campos Lindos, no nordeste do Tocantins, se destaca como o maior produtor de algodão do Estado. É nesta região que será instalada a primeira usina esmagadora de semente de algodão, um empreendimento do grupo Uniggel. O anúncio foi feito recentemente durante painel em roda de conversa com o empresário do agro, Fausto Garcia, dentro da programação da Feira Agrotecnológica do Tocantins (Agrotins), edição 2021.

O secretário da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, destacou a importância do empreendimento para a cadeia produtiva no Estado. “As perspectivas são boas e animadoras. O investimento da Uniggel será no município de Campos Lindos, onde se produz algodão. Será implantada uma esmagadora do caroço da planta para fazer torta, farelo e extrair o óleo e insumos importantes para ração animal”, explicou.

Café reforçou ainda que “este investimento será importante para a região, podendo agregar valor ao algodão no Tocantins e desenvolver a integração na produção do gado de corte por meio dos confinamentos. Por isso é uma notícia que nos anima. A máquina também pode esmagar soja, para oferta do farelo. O Tocantins está no caminho certo, no caminho da industrialização destes produtos que temos no nosso Estado”, frisou.

Produção e exportação brasileira

Em relatório sobre exportações, a Abrapa informou que, das 176.995 toneladas embarcadas pelo País em abril – volume recorde para o mês -, China, Vietnã e Bangladesh absorveram volumes similares. Contudo, a China continua no topo do ranking de maiores compradores, com 37,6 mil toneladas importadas ao longo de abril.

Nos oito meses da temporada de exportações 2020/21, o Brasil exportou 2,120 milhões de toneladas, 22% acima de igual período da temporada 2019/2020. A lista dos 10 maiores importadores do algodão brasileiro, no acumulado da temporada 2020/2021 traz a China e o Vietnã nos dois primeiros lugares, com participação de 32% e 16%, respectivamente, no total exportado pelo País.

 

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