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Projeto de acolhimento ajuda combater evasão escolar

Espaço foi criado com o intuito de evitar evasão escolar - Divulgação

Rogério Tortola/Repórter Gazeta do Cerrado

Evitar a evasão escolar e ainda proporcionar a estudantes, tranquilidade para que elas possam absorver o máximo de conhecimento durante as aulas não é uma tarefa fácil. Fica ainda mais difícil quando esta estudante é mãe, adolescente ou alguém sem muitos recursos.

A luta de uma jovem do Instituto Federal do Tocantins, em Paraíso do Tocantins para continuar os estudos, inspirou e sensibilizou o então diretor geral do campus, Antônio da Luz Junior, que ao ver a mãe levando o filho para aula e a criança dormindo num pano no chão resolveu fazer algo.

Segundo Antônio da Luz, hoje reitor do IFTO, a ideia principal era evitar a evasão escolar, “Uma vez que o IFTO proporciona esse espaço e dá esse suporte de modo adequado, as mães estudantes se sintam seguras para continuar seus estudos entendendo que seus filhos estão bem cuidados”, explica o reitor.

Nove 9 mil alunos fora da sala de aula

Iniciativas como essa, são mais que necessárias quando olhamos os números da evasão escolar. O Tocantins possui 9.457 alunos fora da escola, segundo dados do Sistema de Gerenciamento Escolar (SGE).

Os dados são de 2017 e representam cerca de 4,8% do universo total de alunos, que correspondem a 193.246.

A regional de Palmas tem o maior número de estudantes que abandonaram as escolas. São 30.738 alunos nas salas de aula e 1.875 fora delas porque abandonaram os estudos.

Os números da região de Araguaína também surpreendem. Ao todo, 38.161 estudantes estão dentro das escolas e 1.634 estão fora.

Em Paraíso do Tocantins, 15.936 devem voltar a estudar nesta quarta-feira, enquanto 961 desistiram de continuar.

No norte do estado, em Araguatins, são 15.495 dentro das escolas e 804 fora.

E em Gurupi, no sul do Tocantins, 20.429 alunos estão estudando, mas 844 abandonaram.
A estudante Luanna Pinheiro de Oliveira, tem 17 anos, faz o terceiro ano do ensino médio integrado e é mãe do Leandro de Oliveira Soares, 10 meses.

Ela conta que se não fosse o projeto do Espaço Kids já teria desistido e seria mais um número desta triste estatística.

Luanna e o filho de 10 meses – Divulgação

“O espaço kids, nos ajuda muito, dando a segurança de que nossos bebês estão com pessoas que sabem cuidar, e nos dá a oportunidade de não desistir dos estudos. Se não tivesse o espaço eu já teria desistido porque eu não tenho com quem deixar ele, e não dava pra estudar e cuidar do bebê ao mesmo tempo”.

Para dificultar o campus da IFTO fica a 13 km de distância da cidade, um desafio a mais para estas mães.

Como funciona

Objetivo do local é eveitar que alunas que são mães deixem os estudos – Divulgação

Uma comissão formada por enfermeiros, pedagogo, pais e a partir daí eles criaram o Espaço Kids (uma creche), onde filhos de alunas, servidores e terceirizados podem ficar. Crianças de 6 meses até 4 anos são aceitas. O Instituto entra com espaço, alunos bolsistas são os cuidadores e alimentação é por conta dos pais.

Demanda crescente

A procura pelo projeto tem aumentado – Divulgação

O projeto deu tão certo que já foi ampliado e a demanda é crescente. Eles começaram em uma sala oferecendo 5 vagas, foi ampliada para 4 salas com capacidade total para 15 crianças, hoje 11 são atendidas.

O funcionamento é das 8h às 19h, mas eles já estudam ampliar o serviço para o período noturno, já que existe procura.

A jovem Luana encerrou a entrevista falando de seus sonhos.“Eu sonho em me formar em medicina , construir uma casa dar um bom estudo e educação pra ele. Dar amor e formar uma família muito unida”. Finaliza a estudante e mãe.

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