Um programa que oferta aulas de violão e musicalização, além de acompanhamento terapêutico está sendo oferecido para a comunidade Barra da Grota, povoado vinculado ao distrito de Novo Horizonte, distante 8 km do centro de Araguaína, região norte do Tocantins.
O local, onde fica localizado a Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota (UTPBG), presídio de segurança máxima do Tocantins, possui uma comunidade carente. O projeto Redes de Afeto existe desde 2018 e é desenvolvido pela psicóloga Gezza Maria Ferreira da Silva, servidora da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju).
Gezza conta que a iniciativa se deu a partir da percepção de carências presentes na comunidade, que levaram a psicóloga a se inspirar em um programa realizado com a população de Nova Olinda (TO), enquanto ainda era acadêmica, em 2012, quando foram ofertadas atividades artística, esportiva e cultural.
De acordo com a psicóloga, a ideia de desenvolver atividades de apoio no local ocorreu ao iniciar o trabalho na unidade Barra da Grota. “Quando iniciei meu trabalho, eu pude conhecer a realidade da comunidade, que é bastante carente, e percebendo essas necessidades eu elaborei um conjunto de ações a serem aplicadas”, contou.
ara o diretor da UTPBG, Guilherme Martins, o programa auxilia na diminuição do preconceito com os reeducandos, pois aumenta a ligação entre a comunidade e o estabelecimento penal.
“Eu vejo o projeto como uma forma de desmistificação do que é o Sistema Penitenciário, que auxilia na criação de um círculo social com a comunidade e diminui os preconceitos com a pessoa presa. Assim, podemos ajudar ainda mais o egresso que sairá do Sistema possuindo uma comunidade local mais próxima, bem como um amparo maior à família do apenado”, ressaltou.
Redes de Afeto
O programa começou a ser a planejado ainda em 2017 e foi executado em 2018. Ele tem por objetivo promover o enaltecimento e o fortalecimento dos laços e vínculos comunitários, além de elevar a autoestima e a autonomia dos moradores locais. As atividades são de caráter preventivo e de promoção à saúde, bem como de cunho socioeducativo e cultural.
A psicóloga Gezza Maria explica que o nome do programa faz referência ao intuito das atividades e a forma em que elas são realizadas. “O nome Redes de Afeto é porque entendemos que realizar esse trabalho só é possível por meio de apoio e parceria”, ressaltou. Gezza conta que o intuito é fortalecer parcerias em 2019. “Entre elas com o Poder Judiciário e com Centro Acadêmico de Psicologia da Faculdade Católica Dom Orione”, disse.
Entre os objetivos de ascensão do projeto estão a criação de uma biblioteca, o desenvolvimento e a oferta regular de atividades esportivas, bem como a articulação para obter um terreno para a construção da sede própria.
fonte: Razoes para Acreditar