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Quando o 5G chegará à sua cidade? Veja os próximos passos da tecnologia

Logo do 5G. — Foto: ERIC PIERMONT/AFP

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) iniciou nesta quinta-feira (4) o leilão do 5G, a nova geração de internet móvel. Depois dessa etapa, as operadoras começarão a instalar a infraestrutura necessária para que a tecnologia chegue para as pessoas.

A Anatel definiu que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022, mas isso não significa que essas cidades oferecerão a frequência em todos os bairros.

Já para as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação é julho de 2029.

A expectativa de fontes ligadas ao setor ouvidas é que leve de 2 a 4 anos, depois do leilão de frequências, para que o 5G esteja disponível em diversos bairros das maiores cidades do país.

A tendência é que o 5G chegue aos poucos, primeiro nas grandes cidades, e vá se expandindo ao longo dos anos.

 

Em uma audiência na Câmara dos Deputados em setembro, um dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), que avaliou o edital do leilão, Aroldo Cedraz, afirmou que a promessa de chegada do 5G em todas as capitais do país até julho de 2022 é para “inglês ver”.

Isso porque a proposta de edital do 5G prevê a instalação de poucas estações rádio base (ERB), que são as antenas. Desse modo, o sinal da internet móvel de quinta geração ficaria restrito a uma pequena área das capitais, não cobrindo toda a área dos municípios.

Para Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis, entidade que representa as operadoras, a cobertura pode acontecer até mesmo antes das metas previstas pela Anatel, conforme a demanda dos consumidores e a competição do mercado.

“A partir de julho de 2022, conforme está no edital, começa a ligar [o 5G] nas capitais. E aí a competição vai determinando o ritmo de instalação de antenas”, afirmou.

5G vai exigir muitas antenas para entregar todo o seu potencial e será preciso construir a infraestrutura de fibra óptica para o transporte de dados. A instalação dos equipamentos deve ocorrer gradualmente de acordo com a estratégia de cada operadora.

Veja o cronograma previsto pela Anatel:

  • 31 de julho de 2022: capitais e Distrito Federal (DF) tendo uma estação rádio base (ERB, ou antena) a cada 100 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2023: capitais e DF tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2024: capitais e DF tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2025: capitais e DF e cidades com mais de 500 mil habitantes tendo uma ERB a cada 10 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2026: cidades com mais de 200 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2028: pelo menos 50% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes;
  • 31 de julho de 2029: 100% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes.

Nos municípios com até 30 mil habitantes, a Anatel determina a instalação de até 5 estações rádio base, conforme o tamanho da população. Veja o cronograma para estas cidades:

  • 31 de dezembro de 2026: 30% dos municípios com até 30 mil habitantes;
  • 31 de dezembro de 2027: 60% dos municípios com até 30 mil habitantes;
  • 31 de dezembro de 2028: 90% dos municípios com até 30 mil habitantes;
  • 31 de dezembro de 2029: 100% dos municípios com até 30 mil habitantes.

 

As operadoras terão que enfrentar o obstáculo das regras de instalação de antenas, que são definidas por cada município.

A Lei das Antenas, sancionada em 2015, foi criada para facilitar o processo de instalação de antenas de redes móveis.

Em 2020 um decreto presidencial regulamentou alguns aspectos, como o silêncio positivo, que permite a instalação dos equipamentos após 60 dias caso não haja manifestação por parte de órgãos ou entidades municipais – desde que o pedido siga em conformidade com a legislação.

Como foi com o 4G

 

O leilão da primeira faixa do 4G aconteceu em 2012 e tinha metas específicas para a Copa das Confederações de 2013 e para a Copa do Mundo de 2014.

A Anatel determinou, por exemplo, que até abril de 2013, as 6 cidades-sede de jogos da Copa das Confederações deveriam que contar com o serviço.

Em maio de 2013, foram realizados um teste nas sedes da Copa das Confederações. Na época, somente uma operadora tinha disponibilizado o serviço. Em algumas cidades, não havia cobertura em pontos importantes.

Com o tempo, a disponibilidade do serviço foi aumentando. De acordo com um relatório da Anatel de dezembro de 2020, somente 124 cidades não têm cobertura 4G.

No entanto, 1.928 municípios (35,43% do total) que possuem 4G não possuem cobertura urbana total – o que significa que a rede não chega a alguns bairros.

 

Fonte: G1
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